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Luís Lobo

A Cruzada


Recebi um chamado. Uma chance de novas aventuras, e fugir do quotidiano, sair do lar, em busca do inesperado. Possuo objetivos próprios, só desejo afirmar a minha liberdade; mas viajarei sob uma bandeira, que definirá o que foi e o que será. Reconheço meu egoísmo e anseio, mas respondo ao chamado.





Deixo pra trás o lar, família e amigos; porém, ainda, carregando um sorriso ansioso e nervoso. Ponho a minha armadura para cobrir o frio na barriga, e uma espada para repelir ataques. Sinto o peso e desconforto, no entanto, só me motivo. Corro atrás do tempo perdido e viajo quilômetros, para, finalmente, alcançar o grupo, mas continuo longe. Pessoas de diversos lugares, com diversas histórias e ambições, trata-se de um ar acolhedor e intimidador. Ainda é o início, mas as minhas pernas já doem e respiro ofegante, busco apoio nos outros mas continuo mancando. Comecei o percurso antes, mas já passei por florestas, pântanos e colinas com os outros, que logo se aproximam de mim. A armadura vai enferrujando e desgastando, ao lutar contra o tempo e o ambiente. Brigas, discussões e intrigas surgem ao longo do caminho, não sei como lidar, mas devo aprender.


Meses já se passaram, e já não sei quem, nem de onde sou, já não me identifico com quem eu era, já não reconheço de onde eu era; o que e quem deixei para trás mudaram, e eu também; me pergunto se há para onde voltar no fim. Apesar da mudança, vários problemas ainda continuam, devo olhar para dentro, mas já não sei o que quero, nem o que pensar.

Percebo que o meu objetivo é a jornada, e não quero só as virtudes, honras e glórias; apenas estará completa com o sofrimento e o suor. A linha de chegada se aproxima, e o que eu vim fazer aqui se torna mais real; mas nada disso importa. No momento, o fim não importa.





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