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Writer's pictureJurpontonal Nova Law Lisboa

adeus, direção 2022/2023

Cara comunidade académica,


A atual direção, composta por mim, Isabel Costa, pelo António Subtil, pela Sofia Dias e pelo Hugo Mendes, foi eleita no dia 31 de outubro de 2022, data em que começou o mandato, e tomou posse a 22 de novembro do mesmo ano, após a aprovação da ata da eleição em AG. Conforme designam os estatutos do jur.nal, o mandato será de um ano, podendo o fim do mesmo ser antecipado até dois meses, de acordo com o artigo 32.º.


Considerando que temos um novo ano letivo a começar e novas pessoas a chegar, sem dúvida cheias de vontade de trabalhar e continuar a contribuir para este bonito núcleo, como as que já cá estão, achamos que esta é a altura mais pertinente para terminar o nosso mandato, dado que ainda temos de esperar por novas eleições e a ratificação da ata das mesmas em AG e queremos que o núcleo esteja inativo o mínimo de tempo possível, sendo desejável que essa breve inatividade e troca de mandatos ocorra já do que no decorrer do semestre. Sendo assim, é com muito carinho e um grande sentido de missão cumprida que vos informo que o nosso mandato termina hoje.


A partir de agora, os candidatos podem começar a enviar as suas candidaturas para a Direção do Jur.nal, para o email do Jur.nal, ou para o grupo da redação, relembrando que devem seguir as indicações expressas nos artigos 32.º e seguintes dos estatutos do Jur.nal, e as eleições serão no dia 2 de outubro, estando esta data, obviamente, sujeita a que apareçam candidatos e os mesmos concordem com o dia proposto, sendo aí então dados mais detalhes acerca das eleições.


Informo também que estamos disponíveis para responder a qualquer dúvida ou comentário que surja neste sentido e tentaremos o nosso melhor para vos esclarecer.


Da minha parte, aviso já que não me irei recandidatar, terminando aqui a minha jornada na Direção do Jur.nal. Resta-me agradecer tanto à Direção anterior que também integrei, ao Rafael Guerra, que me convidou para iniciar esta longa, mas bonita caminhada, à Maria Leonor Simão e à Carolina Sacavém, com quem naveguei no meu primeiro ano de faculdade e de núcleo, e à Direção atual/cessante, o António Subtil, a Sofia Dias e o Hugo Mendes, que tiveram a infelicidade de ter de me aturar enquanto diretora e aceitar os meus desafios e desatinos (que foram certamente muitos...). Obrigada pelas noitadas de palhaçada e pelas reuniões sem sentido e por todas aquelas interações nos corredores que não tinham qualquer propósito se não rir à gargalhada às 10h da manhã de uma segunda-feira cinzenta, obrigada pelas bebedeiras com a desculpa de “bonding de equipa” e por todos os dias normais que foram tudo menos isso…


Agradeço também aos coordenadores Rafael Santos, Francisco Jesus e Beatriz Rodrigues pelo trabalho incrível e motivação que têm demonstrado e sei que vão continuar e à Inês Costa Graça pelo podcast incrível que desenvolveu.


Aos redatores, peço que não larguem este bonito projeto e que continuem a encontrar aqui o vosso cantinho, onde podem espalhar os vossos pensamentos e sentimentos, independentemente de quão parvos ou perturbantes pareçam, aqui pertencem todas as mentes e todos os seus devaneios, nunca duvidem disso. Apelo também aos novos caloiros que dêem uma chance ao nosso Jur.nal e venham experimentar tudo o que este núcleo tem para dar.


Muito obrigada por dois anos incríveis neste núcleo que, sem qualquer sombra de dúvida, alterou completamente o meu percurso nesta faculdade e a minha visão da mesma, não digo que tenha sido sempre fácil, mas sei que mais do que valeu a pena. Não só pelas experiências bonitas que aqui vivi e todas as atividades que juntos desenvolvemos, por todos os textos lindos que tive o prazer de ler e que me inspiraram profundamente, por todos os pensamentos partilhados, por todas aquelas vezes em que pensei “ah! afinal não sou a única que sente isto ou que pensa assim”, por toda esta comunidade que aqui encontrei e que juntos desenvolvemos e, especialmente, por todas as amizades bonitas que fiz e que sei que vou levar para a vida - a esta nova família que ganhei.


Este núcleo foi muito falado, entre elogios e insultos, por bons e maus motivos, e essa é a sua principal beleza, a diferença que juntos aqui conseguimos fazer; nem toda a gente gostou, mas sem dúvida que foram obrigados a refletir sobre tudo o que foi chamado à atenção e isso, em si, já produz mudança - demos, sem dúvida, azo a umas quantas discussões.


Por isso, a quem ficar, peço que não esqueçam o poder que este pequeno Jur.nal tem e que o usem SEMPRE pelos estudantes. Esta é a voz dos estudantes na nossa faculdade e é por e para eles que fazemos o que fazemos, é por eles que sorrimos aos elogios e aceitamos as críticas - tudo é pela comunidade que representamos.


Nunca se esqueçam que só juntos conseguimos fazer alterações que perdurem e que, por muito absurdo que pareça, vale sempre a pena tentar - continuem a reclamar os vossos direitos e a fazer jus às vossas lutas, sejam elas quais forem, e não se confundam, não é só porque aqui as coisas são melhores do que no lugar X que quer dizer que não podem melhorar, há sempre espaço para melhorar e, só quando reclamamos o nosso espaço devido, é que as peças da máquina mexem, temos de dar o primeiro passo para pôr a engrenagem a mexer, não percam a noção disso.


Tenho um orgulho inexplicável em todo o trabalho que juntos aqui desenvolvemos e no quanto cresci enquanto Diretora deste núcleo, muito obrigada por me tornarem uma pessoa diferente, mais completa e mais feliz (mas não se preocupem que vão continuar a levar com todos os meus pensamentos (in)felizes enquanto redatora...).


Deixo-vos com uma das minhas citações favoritas do Pablo Neruda:


“Podem cortar todas as flores, mas não podem impedir que a Primavera chegue”


- Isabel Costa


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Ao longo da vida, sempre sofri de falta de gratidão, talvez por uma falta de fé, ou por uma simples falta de coisas pelas quais estar grato.


As coisas mudam.


Estou profundamente grato a todos os que apoiaram este núcleo, pelos seus textos, desenhos, podcasts e palavras de admiração e afeto. Não vos consigo descrever de forma alguma o quanto o vosso apoio nos deu forças.


Estou profundamente grato à Sofia pelo génio de pessoa que é e me deu a honra de testemunhar.


Estou profundamente grato ao Hugo pela camaradagem e afeto que travámos.


Estou profundamente grato à Isabel, por, há um ano, olhar para o puto com chinelos e fama de irresponsável, e arriscar.


Obrigado. Obrigado a todos.


-Diretojo


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Era uma vez um miúdo com 18 anos que sonhara entrar na Nova School of Law há 3 anos consecutivos e que decidiu, para confirmar que seria essa a sua próxima casa, ir ao Open Day da faculdade no dia 26 de maio de 2021. Assim que chegou e foi encaminhado para o encantador relvado do campus, recebeu uma edição física do Jur.nal dentro de uma sacola. Foi a primeira vez que entrou em contacto com o núcleo.


Em criança, muitas foram as vezes em que esse miúdo sentiu que foi mal interpretado ou que não se tinha expressado de uma forma que fizesse jus ao que sentia, pelo que a escrita o encontrou, pronta para ser utilizada como ferramenta capaz de o colmatar. Assim que tomou a decisão final da sua candidatura ao ensino superior, decidiu simultaneamente que, se entrasse em Direito na Nova, entraria também no jornal oficial dos seus estudantes.


Em setembro de 2021, o miúdo entrou na sua faculdade de sonho e enviou um email ao núcleo com a sua candidatura. Em conjunto com o que viria a ser o Diretor do Jur.nal no seu ano de caloiro, entrou num núcleo que, pelo menos no seu primeiro semestre de sempre, se encontrava estagnado. Após novas eleições, e com um nervoso miudinho na barriga, o seu primeiro poema foi publicado e começou a ganhar mais coragem para usar o jornal como um palco que demonstra spoilers do que se passa na cabeça dos seus redatores.


Estando presente e tendo acompanhado o trabalho dos seus amigos na Direção, o seu apreço e carinho pelo núcleo foram crescendo cada vez mais. Neste sentido, passado meio ano de mandato, aquando do convite para integrar a Direção, não hesitou um segundo e respondeu “Sim!” imediatamente. Hoje, em retrospetiva, faria exatamente o mesmo.


A partir do momento em que foi eleito, no dia 31 de outubro de 2022, pôde continuar um trabalho de inovação, de elevação da sua qualidade e de aumentar o sentido de pertença e de comunidade entre os seus redatores. Integrando uma equipa que não conhecia bem, o agora homem sente que foi um enorme prazer ter percorrido este caminho com a Isabel Costa, António Subtil e Sofia Dias e orgulha-se de tudo o que alcançaram com o projeto. Para ele, foi uma honra ser Diretor-Adjunto do Jur.nal e terá sempre um lugar especial no seu coração para o núcleo.


-Hugo


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Este poema fala de amor, talvez até de santos e de Deus e poderá ter sido escrito por um lavrador, que dedicou 38 anos a descobrir uma visão quase mística do homem, que canta e atravessa a estrada nacional 117, para chegar a casa ou a algum lugar próximo de casa. Por isso, escutem só, que isto é um poema:


“Como eu amo a noite. Como eu amo que o meu cérebro esteja muito cansado para censurar o meu coração. Como eu amo deitar-me e dormir, serenamente, no meu colchão de palavras com cheiro de mentira. Perante tanta verdade crua e destemida, perante empurrões que a realidade me dá vezes e vezes sem conta, tudo o que quero é um colo para me deitar, tudo o que quero é mentiras ditas em jeito de amor, que me mostram cores que nunca consigo ver em mais lado nenhum.


O Jur.nal pinta-me o mundo. Todas as palavras que li coloriram-me a realidade cinzenta e fizeram-me chorar com a sensibilidade que vomitavam. Obrigada a toda a Redação e Coordenação que nos contaram mentiras com jeito de amor, uma e outra vez. A elas anuímos sempre, guardámo-las como se fossem segredos, mas fizemos-las do mundo quando nos deram permissão. Não há Jur.nal sem aqueles que escrevinham nas suas paredes de noite, por isso, obrigada pelas vossas insónias, noites mal dormidas, dedicação e carinho interminável.


Fazer parte desta máquina apalavrada foi mais do que um prazer. Enche-me de orgulho todo o caminho que percorremos ao longo do mandato. Foi muito trabalho, mas ninguém mandou o Fernando Pessoa criar tantos heterónimos, sabem? Aos meus colegas da Direção, Isabel, Hugo e António:


“Gosto muito das vossas noites. Fico estupidamente feliz por tudo o que fizemos, mas, essencialmente, cai-me o coração por este núcleo nos ter aproximado tanto. Adoro-vos. Muito.


Isabel? Estás aí? Sinto que mereces algo especial só para ti por estes 2 anos. Sei que gostas quando digo que as palavras me tiram o chão e que não consigo encontrar melhor razão para cair, mas as tuas tiraram-me a casa toda e deixaram-me a levitar aqui e alí.”


O Jur.nal é o que vocês quiserem que ele seja. Um lugar de luta. Um lugar de reivindicação. Um lugar de confissão. Um lugar de informação. Um beijinho lambuzado na bochecha. Mas, para mim, nunca será um Final. Nunca acreditei muito neles. O amor que serena não termina e o meu por este núcleo vai cambaleando num barco à deriva no mar, enquanto olha para as nuvens e tenta encontrar nas suas formas a forma do mundo.


-Sofia







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