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Francisco D´Orey

Carta à Comunidade Praxante

Prezada Comunidade Académica Praxante.


Como é do conhecimento de muitos de vós, desde o Traçar da Capa, tenho vindo a desenvolver um projeto, uma equipa, uma lista que assegure a continuidade e a tradição praxistica da nossa faculdade, que, ao contrário da vontade de órgãos superiores da nossa instituição de ensino, permanece forte e todos os anos demonstra crescer ainda mais.

No entanto, este projeto de lista candidata à Comissão de Praxe chegou hoje ao fim, e venho por este meio oferecer algumas explicações a todos aqueles que sei que apoiavam este projeto, por mo terem expressado, e dar algumas notas sobre aquilo que deve, na minha opinião, ser tido em consideração na formação e exercício de funções de futuras Comissões de Praxe e que gostaria de aplicar este ano.


Quero que saibam que este projeto não terminou por falta de vontade dos seus integrantes, uma vez que, como certamente saberão, se bem me conhecerem, a Praxe é das coisas mais bonitas e importantes que tenho na minha vida académica e pessoal. Por esta razão é que levo com toda a seriedade um projeto como este.


Sempre ambicionei subir um pouco mais na hierarquia praxante, tendo começado como caloiro, passado por ser vogal de 2º ano, desejando ser Presidente da Comissão de Praxe e ultimamente, ser Dux, no meu último ano de licenciatura (desejo que ainda mantenho e pretendo concretizar). Não possuo esta ambição por mera cobiça de cargos, sendo essa uma postura que veementemente condeno, mas por profundamente querer assegurar pessoalmente que a Praxe seja aquilo que de facto deve ser. Algo criado para os caloiros e não para os doutores e respetivos egos, respeitando e transmitindo sempre aquela que é a nossa própria tradição de Praxe que a todos deve orgulhar.


Precisamente por ter para mim esta importância é que sempre tive em vista (e foi por esta base que a minha lista sempre se pautou) o mérito em função de Praxe de cada um dos doutores integrantes deste projeto, recusando-me sempre a preencher cargos “apenas para preencher”. Como sabem, certos cargos da Comissão têm certas exigências a serem preenchidas para que um doutor seja elegível para o mesmo, no entanto ainda que a nossa Praxe tenha tantos e tão bons doutores, o facto de ser a primeira vez desde que existe esta tradição na nossa faculdade que existem duas listas concorrentes à Comissão de Praxe, a existência de doutores elegíveis, dedicados, disponíveis e empenhados num projeto como este mostrou-se insuficiente, não havendo neste momento condições humanas suficientes para dar continuidade ao processo de candidatura da lista que me propunha presidir.


Esta desistência não é uma decisão tomada de ânimo leve, por todas as razões já enumeradas, e não é certamente uma desistência da Praxe da minha parte, precisamente por querer continuar a praxar e por ainda ter tantos desejos e ambições para a Nossa Praxe que quero ver cumpridos neste ano, no próximo, e, quem sabe nos seguintes. Adicione-se que, com esta abertura com que agora se depara a outra lista candidata, não me apresentarei enquanto obstáculo ao exercício de funções da Comissão de Praxe, tendo sempre o maior respeito pelo órgão. No entanto serei sim (e não espero menos de todos os doutores) uma barreira contra a inatividade e inação da Comissão, tal como contra a ultrapassagem de limites que nunca devem ser transpostos.


Posto isto, apresento algumas notas que penso serem importantes para o futuro da nossa Praxe, baseadas na minha visão e que desejava implementar neste ano académico.


  • A Comissão deve ser aberta, acessível e transparente. Pretendia implementar esta visão através da realização de reuniões gerais de doutores facultativas a cada 2 meses ou quando se justificasse (ex: início e fim da primeira semana) para ouvir ideias, críticas e permitir o acompanhamento e escrutínio do trabalho da Comissão por parte da Comunidade Praxante.

  • O Tribunal de Doutores deve ser levado muito a sério, devendo a designação dos acusados ser muito mais criteriosa e a atribuição de sanções ser baseada em critérios objetivos evitando situações como a atribuição de sanções iguais a uma pequena infração inofensiva e a um conjunto de infrações que atentam contra as bases e os princípios da nossa Praxe (e vice-versa).

  • O cargo de dux deve ser uma candidatura independente e não o produto de uma congeminação de uma lista candidata à Comissão de Praxe, não só pelo que está disposto nos Estatutos da Comissão Académica, mas também por uma questão de ética e transparência.

  • As Comissões de Praxe devem ter uma certa ótica de continuidade, não necessariamente ligada às decisões de Comissões passadas, mas como forma de garante de eficiência e eficácia de cada nova Comissão, uma vez que uma Comissão inexperiente nem sempre conhece as necessidades de funcionamento de uma Comissão de Praxe.

  • A Praxe deve ser criada para os caloiros e somente para eles, não deve servir para alimentar ânsias de poder e popularidade de doutores. Com isto quero dizer que todos, independentemente da hierarquia, trabalhamos para os caloiros e a sua integração, não o oposto.

  • Ainda em relação ao tópico anterior, deve ser tido em consideração, nas escolhas dos membros das listas candidatas, não só o elevado conhecimento da tradição académica e de Praxe e de todos os códigos e estatutos, mas também o mérito enquanto doutor de quem se pretende convidar para uma Comissão de Praxe.


Desta forma, termino, agradecendo a todos os que apoiaram e acreditaram neste projeto, nomeadamente aos membros que dele fizeram parte, uma equipa trabalhadora, eficiente, capaz e com mérito.


Lutemos, agora, todos juntos em favor da nossa Praxe que se foca na integração, acolhimento, solidariedade e entreajuda. Lutemos todos contra os desejos existentes de acabar com as tradições estudantis da nossa faculdade, contra quem quer silenciar a sua existência, mas que utiliza da mesma para se autopromover.



Dvra Praxis, Sed Praxis


Viva a PRAXE


Francisco d’Orey


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