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Anónimo

Coletânea de contradições

amo a liberdade 

sonho ser ditador 

quero tudo de bom 

sou mau 

não estou bem 

nunca estive melhor 

o que é este mundo? 

puta que pariu!

estou sozinho neste monte de pessoas não estou nada presente 

só penso no passado, no futuro 

nunca escrevi, nunca partilhei 

nunca é suficiente, nunca vou ser bom 

aqui têm!

a nudez da invisibilidade 

precisava de me libertar 

libertem-se também




escravidão do universo 


escravidão do universo 

escravidão universal 

escrevo em verso 

escrevo como um mero mortal 


nunca escrevi 

nunca me senti 

agora sou livre 

agora sou livre






amantes da lua 


amantes da lua 

que estão nesta terra 

saturno tem várias luas 

eu tenho vários amantes 

não posso ser uma terra 

este sistema não compreende 

saturno é muito bonito 

mas eu amo mais a terra 

quero ser saturno 

tendo amantes da terra









a minha mente é um oceano e eu estou a afogar-me 

já não me reconheço 

nunca me conheci tão bem

que bom que é sentir-me vivo 

quero morrer

doi-me a cabeça 

make it stop



É o beijo da morte 

Lentamente apaga a minha luz 

Que triste sorte 

Carregar esta cruz 

Perdoem-me a sinceridade 

Mas a vida é uma efemeridade


É o beijo da morte 

Um dia fui tão feliz 

Agora fiquei sem norte 

Apenas com uma cicatriz 

No lugar do coração 

Terá sido tudo em vão?


__________


Que estranho sentimento 

Já não considero sofrimento 

É só um vazio 

Um pôr do sol tardio 

Na praia de Carcavelos 

Onde estávamos de chinelos 

Na água salgada molhámos os pés 

E ficámos a ver as marés 

Agora já não és praia 

Não iremos juntos a Gaia


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