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Lembro-me que... (versão batismo do caloiro 23/24) - parte 1

Matilde Proença

Como assim?

Como assim, levei com uma bolonhesa na cabeça, temperada com ingredientes duvidosos e até gostei? Como assim, integrei o espetáculo da tarde da linha d’água e, mesmo enregelada, parte de mim não se queria vir embora? Como assim, sorria, quase orgulhosa, às pessoas que olhavam de lado para a louca, de toalha às costas, que fui no autocarro de volta para casa?

Das cadeiras de esplanada, dispostas como se da primeira fila do teatro se tratasse, percebo o quão estranho o espetáculo parecia. Percebo que se tenham desatado a rir, sentido vergonha alheia, ficado chocadas com o que viam… percebo… com certeza também já olhei assim para fenómenos semelhantes. Mas ali, com o corpo frio e molhado e a cabeça cheia de purpurinas e outras m*****, só consegui sorrir e tentar absorver a cada minuto toda a confusão que invadiu aquele (já não tão) verde relvado.

Penso nisto e acho estranho. Como é que é possível ter gostado? Como é que é possível ter ficado feliz por ter ido e não me arrepender de nada? Que mundo é este que conheci?

Quando olhei para os olhos deles percebi. Quando ouvi as suas gargalhadas maquiavélicas, enquanto faziam na minha cabeça o cozinhado mais complexo, como nenhum outro feito nas suas cozinhas. Quando me atiraram com ingredientes, com que, há um ano, também foram batizados … Quando me abraçaram, apesar de estar encharcada. Quando me lavaram a cabeça e me ajudaram a trocar de roupa. Quando se emocionaram e me deixaram vislumbrar uma pequena lágrima no canto do olho.

Como assim? Como assim, conheci estes indivíduos há pouco mais que dois meses e hoje chamo-lhes madrinha e padrinho e já os quero guardar para sempre.

Como assim? Olho para os meus colegas, hoje, talvez amigos, e rimo-nos juntos dos respetivos cabelos fedorentos e roupas sujas.

Parece irreal (surreal?!) … Ainda assim, das poucas certezas que tenho, é que daquela tarde nenhum de nós se irá esquecer.


Francisco de Jesus


lembro-me bem do meu batismo. vou poupá-los dos detalhes, já que não é dele que vos vou falar. começo só por dizer que se as minhas afilhadas gostaram metade do delas como eu gostei do meu, são as meninas mais sortudas deste universo.


foi um prazer vê-las crescer até aqui, vê-las tornarem-se caloiras, vê-las sofrer e levar com todas as merdas que lhes pus em cima de sorriso na cara (espero que não tenha sido muito bruto k k k k).


no envelope que ofereci a cada uma, escrevi: o início de algo bonito. acredito veementemente que esta tarde terá sido, sem dúvida alguma, a viagem mais bonita que terei o prazer de viajar: a viagem do amor entre padrinho e afilhadas. que orgulho das minhas meninas!



Isadora Elias


Não sei o que passava na minha cabeça quando decidi sair do meu incrível país subdesenvolvido, da minha faculdade desconhecida e da minha ilha (sim, eu vivia literalmente em uma ilha), para entrar nessa faculdade cheia de alunos vestidos de Harry Potter, falando um português incompreensível e, ainda por cima, me mandando ficar de joelhos e gritar "ai mãezinha".


Foi logo nos primeiros dias que eu me sentei, e pensei “realmente, esses europeus não batem bem da cabeça...." Quase comprei minha passagem de volta? Sim, mas resolvi dar uma chance aos colonizadores.


Desde que me conheço como gente, já tinha uma rixa com os portugueses - mesmo sem conhecer nenhum, e ignorando o fato que eu sou metade portuguesa, visto que algum parente meu veio ao Brasil roubar o ouro e por coincidência me deixou com o sobrenome “de Castro”. O cara invadiu meu país, roubou nossos bens, mas me dar o direito de ter passaporte europeu que é bom... nada né? Fugiu com tudo que prestava e desapareceu, nem o nome do velho eu sei.... Mas tudo bem, voltando ao que interessa, essa rixa é meio verdade sim.... Brasileiros tem um pé atrás com portugueses, não importa o que digam e vocês nem tem o direito de reclamar.

O semestre foi passando e eu fui tendo a chance de efetivamente conhecer os portugueses; de ver onde vivem, como vivem, o que gostam, o que comem, etc..., como um especial do Discovery Channel, sabe? Mas devo admitir, que já se passaram 3 meses e ainda não entendo nada que vocês falam, me desculpa.

Eu poderia mentir e falar que amei todos que conheci até agora, mas prefiro dizer que gostei da maioria...... Gostei do jeito que vocês são sérios, de como ficam com cara fechada até se sentirem confortáveis e depois se soltam, de como são muito metódicos, de como se divertem com músicas brasileiras, do jeito que bebem horrores, e por aí continua. Prefiro me abster de falar dos xenofóbicos, que por algum motivo acham que sou burra e não percebo as brincadeiras, mas esses são poucos e opto por não me estressar.

Voltando ao assunto das praxes, surpreendentemente eu me diverti horrores. Passei a gostar do “ai mãezinha", de encher, de chamar os “mais velhos” de doutores com a maior formalidade possível (apesar de eu ser mais velha que todos eles), e de todas as brincadeiras que eu participei e me humilhei em níveis inesperados, mas sem me arrepender de nada.


Quando disseram que nós tínhamos que escolher padrinhos e madrinhas para o batismo, fiquei bem animada. Acabei escolhendo a primeira e única pessoa que eu sempre tive certeza, uma rapariga loira, de óculos, super agitada, que logo no primeiro dia das praxes foi apresentar um tal de Jur.nal e me deu a certeza, naquele mesmo instante, que eventualmente seríamos amigas.


Essa Tuga é mais brasileira que muitos brasileiros nativos que eu conheço, é a única europeia que, se eu soltasse no meio do Rio de Janeiro (que é apenas pros fortes), saia ilesa e ainda colocava moral em todo mundo lá, sendo capaz de resolver todos os problemas que nenhum prefeito conseguiu até hoje.


Por outro lado, coincidência ou não, escolhi também um carioca, com o sotaque mais forte que já vi (talvez tenha sido por isso que eu escolhi, já que é uma das únicas pessoas que eu consigo entender). Como uma boa brasileira, eu preciso de alguém ao meu lado que compartilhe da minha cultura, do meu instinto de sobrevivência, das piadas típicas brasileiras – com um senso de humor duvidoso, e um carisma absurdo. Meu padrinho foi uma das primeiras pessoas que veio efetivamente falar comigo e me conhecer nas praxes, assim que falaram pra ele que vínhamos do mesmo país; além de ter sido o primeiro a perguntar algo de verdade sobre mim, salvo o meu nome e de onde eu vinha.... admito que tinha meio medo dele no início, o “júri de praxe", quase uma majestade pra todo mundo ali, e eu não entendia nada.


Achei que juntar essas duas figuras cheias de personalidade ia ser tranquilo, até chegar o batismo. No momento em que minha madrinha colocou a capa dela (imunda) no chão, percebi que havia juntado dois doidos. Esses seres ilustres jogaram tantas coisas no meu cabelo, que mesmo hoje, após 4 dias, ele ainda segue radioativo. Sinceramente, ouvir a risada genuína dos dois enquanto jogavam Guinness, leite condensado, ração de gato, salsicha, molho de tomate e por aí vai, no meu cabelo, fez tudo valer a pena.


Lembro-me de quando fui caloira pela primeira vez – como foi no Brasil, caloura – e como tradição, passaram tinta em mim e consequentemente fiquei azul por uns três dias. O batismo da praxe me lembrou de casa, me lembrou da minha antiga faculdade, dos meus amigos, da minha família, e do meu sonho, que é o motivo deste texto existir. Para uns pode parecer bobeira, só umas pessoas te sujando, mas para mim é a realização de um sonho, e de todo o investimento de largar o curso na metade e começar de novo em outro país, o que faz toda essa radioatividade ter um sentido, e se tornar ainda mais incrível.


Lembro-me também de uma frase que escutei pela primeira vez, de um sujeito que é conhecido por usar nossas havaianas brasileiras, que dizia mais ou menos o seguinte: “mas o que importa no fundo, são os amigos que fazemos pelo caminho". E quando volto ao que escrevi aqui no início, percebo que se não tivesse dado uma chance aos colonizadores, não teria conhecido esse ser de havaianas, o menino da terrinha, a menina do 758, a figura que adora encher, o fã da Luisa Sonza, as brasileiras fazendo colonização reversa, a líder que ama gringos, a menina que vive com freiras, o Ross Lynch da Wish, o heterotop e seu amigo namoradeiro, o comerciante nato, o menino bravo dos Açores, e por fim, a minha madrinha comunista e meu padrinho carioca.


Termino esse relato da minha experiência, com um trecho da carta que minha madrinha escreveu, que por surpresa, fez essa menina de coração de pedra chorar: “whatever you do in this life, it’s not legendary, unless your friends are there to see it”.



Beatriz Rodrigues


Lembro-me de olhar para o dinheiro na minha conta e pensar se teria suficiente para tudo. Lembro-me de ir ao Lidl com a Maki e a Mello, de andarmos de um lado para o outro à procura das coisas, de desistirmos da farinha porque daria demasiado trabalho a tirar. E da jola que levámos em vez disso.

Lembro-me de uma das minhas afilhadas me perguntar se a iria afogar. Respondi-lhe que não prometeria nada, mas ri-me por dentro.

Lembro-me de sentir o chão e o frio da água nos pés.

Lembro-me de batizar a Daniela mais cedo, pois fugia-lhe o tempo. De tentar não lhe sujar tanto a T-shirt e de lhe lavar rapidamente o cabelo. De pensar que o jogo do sabão no primeiro dia só me trazia a sorte grande. Chamei-lhe de afilhada winx, ela chamou-me de madrinha.

Lembro-me de batizar a Raquel mais tarde. Perguntei-lhe qual era o meu sumo preferido, respondeu-me que não sabia. Gritei “sumo de pêra!” antes de lho despejar em cima. (Talvez o verdadeiro tesouro sejam as piadas dos padrinhos que recriamos pelo caminho.) Fiz questão de lhe dizer o quanto gosto dela e que estava orgulhosa.

Lembro-me da nostalgia ao ver caloiros a serem batizados da mesma maneira que os padrinhos o foram.

Lembro-me de abraçar as minhas afilhadas e de elas me agradecerem por ter aceitado ser madrinha delas. E eu só pensava que, por elas, finjo que já sou crescida e dar-lhes-ei o exemplo que me é dado todos os dias.



Anónimo


Estranho é pensar que alguém gosta de entrar no lago e ficar toda molhada. Estranho é pensar que é engraçado alguém sujar todo o nosso cabelo com os mais diversos produtos. Estranho é pensar que gostamos do espírito do nosso grupo de praxe quando nos incentiva a mergulhar no lago "mergulha!!!". Estranho é ter encontrado pessoas tão incríveis ao fazer as figuras mais atipicas da minha vida. Estranho é ter criado ligação com pessoas mais velhas que usam um traje. Estranho é querer conheçê-las melhor porque estou a adorar a relação que estou a criar com elas. Estranho é eu há um ano atrás nunca pensar entrar na praxe e agora ter sido batizada por dois seres humanos incríveis.


Realmente a vida é estranha,

E é estranha esta estranheza que experienciei.

Mas se a vida não é feita para arriscar em coisas que parecem estranhas e depois surpreendem nos então não sei bem o que é.


Se isto é estranho, estou feliz por estar a ser cada vez mais estranha.



Mello


Lembro-me de chegar e de me sentar com o meu querido António, e de com a Jéssica. De tomar café e comer um donut. De uma pausa para fofocar, de uma pausa para pensar. De ir lá fora, cumprimentar tudo e todos, e de me voltar a sentar. De gostarem da minha corrente no traje, que eu tão entusiasticamente respondia com ’12 rosas – 12 afilhados!’.

Lembro-me de chamar a minha Afilhada Francisca – caloirinha, coitadinha – ao bar para lhe dar a prenda – com as 4 folhas que lhe tinha escrito, e que tinha mandado a imensa gente para ver se achavam bonito. De lhe ter dado o caderno para ler, e de ter fingido que não estava com medo da reação. Foi boa. Foi muito boa. Esbocei-lhe um sorriso. Voltou para a aula.


Lembro-me da Mouquinho me ter chamado à sala de estudo do segundo andar. De ter mandado SMS à Francisca, e lhe dito ‘vem comigo e traz as flores. Oportunidade perfeita de a pedir’. Margaridas rosas. Como eu sugeri. E ela nervosa – já não me lembro o que é os nervos de ser caloira, e de pedir uma madrinha. Passou demasiado tempo. Lembro-me do pedido – de me chegar para o lado para revelar a Francisca, de ela se meter de joelhos, e a pedir para a batizar. Da Maki estar feliz de irmos batizar juntas alguém. Minha querida. Minhas queridas.


Lembro-me de ficar imenso tempo a conversar com o Joura. De ele se queixar do colete arrebentado, descosido, e eu com as minhas agulhas de bolso. Mas não tinha linha – ela desfez-se nas minhas mãos. Agradeceu-me à mesma. Disse que já se ‘sentia com o colete cosido’ só do meu esforço. Pensei que iria ficar triste se ele se fosse embora para o ano. Ele. E todos os outros. Enquanto eu fico.


Lembro-me de nos metermos a caminho. De ver o Afonso e conversar com ele num instante. De preencher o diploma da Francisca, de a Maki ver um erro no do Fernando, e de eu ir à AE em busca de corretor. Do Gonçalo me dizer ‘Olha a gaja’. É verdade. Sou eu. A gaja.


Lembro-me de ir a reviver memórias na maioria do caminho. De chamar pelo António e de lhe dar a mão. De dar um abraço ao Riccardo e perguntar se estava entusiasmado. Dos caloiros dos Favaius. Dos caloiros dos Favaius. Queridos.

Lembro-me de me sentar com o Afonso na capa da Sofia (acho eu?) e de ficarmos a apanhar uma seca descomunal. De falarmos de tudo, de não falarmos de nada. Passaram por nós umas quantas pessoas. Passaram-se duas horas num instante, passaram-se duas horas numa eternidade. Lembro-me de ir ter com a minha irmã Joana, com o cabelo cada vez mais vermelho. De mandarmos foto à Rita. De combinarmos ir almoçar com ele segunda. E fomos.


Lembro-me de ter frio, de nunca mais ser a vez da Francisca. Lembro-me da minha Gi ter nomes intermináveis para os Afilhados dela, todos com coroas de flores. Lembro-me de pegar na Maki e irmos batizar a Francisca, e lembro-me de que queria despachar tudo porque tínhamos ainda de passar por minha casa.


Lembro-me de glitter. De massa crua em coroas. Lembro-me de apanhar o António pelo meio do caos, e de me encostar a ele. Lembro-me da Isabel e do Riccardo a encharcarem o caloiro deles, e de comentar ‘eles não sabem brincar, meu deus. Lindos.’. Lembro-me de embrulhar a Francisca na minha capa, e depois na capa da Maki, pois ela não tinha frio. Do Orey, e do abraço forte que me deu – como se o precisasse mesmo. Espero ter ajudado, neto. Lembro-me de pegar na Maki, na Francisca, no Tiago e na Bea e de nos tentarmos meter num Uber. De termos situações bizarras com eles. De conseguir chegar a casa.

Lembro-me de lavar o cabelo à Francisca. De falarmos do que raio ela estava a fazer em Direito. De ela me responder que só não queria desperdiçar uma boa média. Que compreendia. Dei-lhe umas toalhas. Fui conversar com o resto. Estivemos os 4 entre a varanda e o meu escritório, e falamos de muito. Falamos do Jur.nal. Do António – só coisas boas, filho; que gostamos dos teus textos. Das pessoas. Falamos de Jaloiros, de Tatus. De mim e da Maki. De como estávamos atrasados.


Lembro-me de chegar. Do batom vermelho da Ana Leite. Da minha Maki e da minha Beatriz Jesus me ajudarem a pagar por não haver MBway. De pedir para sair com a Sofia Tello Barradas, e com a Maki. De falarmos de um pouco de tudo. Da Francisca estar ao telefone. De falarmos. De falarmos e falarmos e falarmos. De ir ver os Reclusos, porque queria imenso estar perto da minha Isabel, e do António. De querer ver o Joura. De ser interrompida pelo Rafael, que, sempre persistente, me ladrou e me fez 30 por uma linha para me pedir como Madrinha. Mandei o pastar. Ri-me, porque que mais podia fazer? Ri-me. Fui ver da Francisca. Fui ver da Maki. Fui ver dos Favaius.


Lembro-me de não conseguir chegar à minha Gi. Do Joura esconder um jarro de cerveja e dizer que era dele, mas que abria exceção para mim. Do ‘fumas connosco, certo?’ e eu, com um grande sorriso, respondi que ‘claro’. De dar as voltas. Da Eva se rir, se rir para mim, tal qual como o Padrinho dela faz. E falando nele, estava eu finalmente com o meu querido António, e lá vem o fulano. Estica a capa, mete-a no alcatrão da estrada, e perante o olhar da AnaCom e da Luana, mete a testa no chão, colada aos meus pés e implorar que eu seja Madrinha dele. Elogiou-me. Disse que gostava muito de mim. Disse que ele era um mentiroso. Continuo a achar que é mentira. Lá lhe disse que ‘vá, pronto, pode ser’. Celebrou-se – desapareci com o meu António, e encostamo-nos longe da confusão. Rimo-nos do absurdo que tínhamos vivido. Disse-lhe que ele era muito especial para mim. Que ele era, e sempre seria, o meu menino. Que no meio de tudo, eramos sempre nós os dois. Encostamos a cabeça um ao outro.


Lembro-me da minha Maki – sim, já a mencionei dezenas de vezes. Perdoem-me. Ela é demasiado importante para falar só de passagem. Fiquei triste quando me apercebi que já tinha ido embora. Mas que a minha conexão com ela é algo de natural, sem palavras. Faz sentido. Ela compreende o que somos uma para a outra, e eu o mesmo. Simples, honesto, sem defeitos.


Lembro-me de estarem todos felizes. Demasiado, por vezes. De coisas das quais não posso falar. Da Beatriz Jesus a pegar em mim, e dizer ao Rafael que não me queria partilhar com ele. Da Laura ser um estrondo, e de me fazer rir. De estar com as meninas, de cantarem todos Lana Del Rey em pleno pulmão. De estarem todos felizes. Também o estava. E sóbria. Muito, muito sóbria. Sentia frio. Queria a minha cama.


Da Francisca, da Maria, e da namorada dela – Sofia, certo? – me fazerem companhia enquanto esperava pela minha boleia. Do António se ir embora com o Francisco e a Concha – esta que me disse para não esquecer que eramos ‘manas da costura’ – e de ficarmos as 4 para trás. De esperarem comigo. De arrancar uns sorrisos. Da Francisca perceber que vou ficar mais um ano, e de suspirar de alívio. Alivio, certo? Ela estava feliz de eu ficar mais um ano. Querida. Querida. Caloirinha. Princesa.



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