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Inês Fonseca

Logo Se Vê - melopeias


Track 1 - Jeito Pra Tudo


Melopeia: A essência do ser humano só por ele pode ser criada. Sendo algo intrínseco a cada um e formulado como e conforme cada qual, não deixa de ser curioso quando se ouve “tens jeito para x” ou “tu brilhas ao fazeres y”. Fui eu que criei “o meu jeito” e só os outros o conseguem ver. Estúpido, não? Eu dei-lhe comida, água, até a mão para atravessar a estrada, porém, ele é um filho (quase) rebelde, que prefere ver a minha cara zangada ou confusa a ver-me satisfeita com os seus atos. Afinal, é sempre mais divertido mudar de ar (ao espelho) a cada ano, do que se manter estável, ou não? Como é que eu digo ao “meu jeito” para descansar e deixar-se simplesmente ser quando nem a sua dona o é? Dizias que eu tenho jeito para quê, desculpa?



Ahhhhhh
Abro os olhos
Já meio cansado de acordar
Eu não quero, eu não quero ver
Mais um dia a se perder

Vou-me desculpando
E deixando tudo pra depois
Eu não quero, eu não quero ver
Uma vida a se perder





Jeito pra tudo, jeito pra nada
Mas por enquanto vou ficando por casa
Dá-me um beijo, não me sinto tão bem
Mas isto são fases, isto vai e vem

Jeito pra tudo
Tanto jeito que não serve pra nada
Quando centro, as minhas forças
Na coisa errada

Mais uma semana de frio
Mais um espaço para o vazio
Mais um almoço precoce
Ou um pequeno-almoço tardio

É que o tempo passa, a vida corre
Já não vais pra novo, faz o que te comove
Não deixes esmorecer
(Eu não quero, eu não quero ver)

Eu não quero ver
A minha vida a se perder assim
Devagarinho caminho para o fim
E vai-se esgotando a fé que tenho em mim

Deixa-te estar
A quem é que tens de provar
Dá tempo pra continuar
E hoje mereces descansar

Track 2 - Aparentemente


Melopeia: Se olhares com atenção, há a não tão ínfima possibilidade de captares um sorriso no rosto da Mona Lisa. Não há evidências de tal, porém eu gosto de crer que a feição dela muda aos olhos de cada um, para se aproximar mais daquilo que a pessoa sente e servir de choque térmico de realidade. Há quem morra de choques térmicos.



Aparentemente uma vida normal
Mais leve que as outras
Mas de resto tudo igual

Aparentemente uma casa normal
Com vista para o mar, lá do terceiro andar
E um pouco mais central

Aparentemente uma miúda normal
Mais inteligente, bonita, diferente
Mas de resto tudo igual

Aparentemente uma vida normal
Deixa de ser aparente, quando olho para a gente
Fora do meu pedestal

Fui acertando em todas as chaves
Destranquei a sorte
Viciada para o meu lado
Num caminho enviesado

Já jogo sem querer ganhar
Continua a me calhar
A vida tranquila que quis
O mundo conspira pra me fazer feliz
Procuro e ela não se esconde de mim
Há quem não tenha a sorte de ser assim

Pistas elaboradas
Evidencias escondidas
No fundo da estrada, errada
A inquietação
Torna o desespero a solução

E eu na minha paz
A leste do que o mundo traz
Olho o espelho inocente
Vejo aparentemente

Uma vida normal
Uma vida normal
Uma vida normal

Fui acertando em todas as chaves
Destranquei a sorte
Viciada para o meu lado
Num caminho enviesado

Já jogo sem querer ganhar
Continua a me calhar
A vida tranquila que quis
O mundo conspira pra me fazer feliz

Track 3 - Luz Do Túnel


Melopeia: Preciso de um momento para assentar. Sinto-me num loop constante entre o jogo da “cabra cega” e o jogo do “macaquinho do chinês”. Perguntas-me o que é que estes têm em comum. Tanto a cabra, como o macaco, são obrigados a ver- sem ver. Uma quase reencarnação do “Ensaio Sobre a Cegueira”. A parte positiva é que, eventualmente, se vive em paz com a cegueira ou se aprende a ver para além de ver. Se deixar de ver a luz, a escuridão passará a ser a minha melhor amiga e passarei a ver nela a luminosidade possível. Ultrapassar, andar, correr, saltar, mover. Sair de onde estou para (1) não criar raízes e (2) ter a possibilidade de ver flores de cores diferentes florescer (3) pelas mãos da mesma jardineira, que com certeza não foi feita para cavar buracos na terra, mas aprendeu a fazê-los na areia da praia, com auxílio de uma pá azul e um balde amarelo.




Ah, escuro outra vez
‘Tava tão bem visível o caminho
Que tinha de tomar
Era só continuar

Tenho uma queixa a fazer
A quem quer que esteja lá no fundo do túnel a mandar
A luz não para de alternar
Falsa esperança que me deixa a alucinar


Já perdi a conta das vezes, vem
Uma mágoa aguda só de pensar
Nos caminhos às cegas
Que a luz me fez tomar

Já me perdi, encontrei
Tive em sítios que nem sei
Como lá fui parar
Mas cheguеi aqui
Pouco ou nada me vai desorientar

O túnеl virou labirinto
Num desafio mesquinho
Sombras contraditórias
Dissuadem o caminho
Já corri p'ra todo o lado
P'ra cá e p'ra lá
Oiço as pernas a dizer
"Não dá"

Mas faço-me acreditar
Que esta vez vai ser diferente
O fumo carregado
Dissipou-se lentamente
E tu na minha cabeça
P'ra cá e p'ra lá
Oiço o coração dizer

Já perdi a conta das vezes, vem
Uma mágoa aguda só de pensar
Nos caminhos às cegas
Que a luz me fez tomar

Já me perdi, encontrei
Tive em sítios que nem sei
Como lá fui parar
Mas cheguei aqui
Pouco ou nada me vai desorientar

Track 4 - Gigantes


Melopeia: Olha para mim e diz-me exatamente como me vês. Eu não sei como me vejo e preciso que alguém me faça um desenho do que vê por mim. Entra em detalhes e diz-me o que sou. Acreditarei com mil vezes mais força nas tuas palavras do que nos meus olhos. Aliás, talvez não devas dedicar tempo a observar-me. Não, não olhes para mim. Guarda o que quer que penses de mim, desde que esse pensamento te mantenha aqui. Eu posso arranjar-te uma venda, se preferires. Uma da tua cor favorita. É laranja, não é? Sei que terá de ser uma opaca, para tu não veres (obviamente) e para eu não me embebedar na cor dos teus olhos. Se quiseres que eu faça um desenho do que tu és, eu faço. Nem preciso de olhar para ti. Traz-me uma folha de papel e uma esferográfica, nem de borracha farei uso.





De repente somos gigantes
E nada interessa
Atrasamos o tempo
Que nos voa depressa

Amanhã já somos formigas
Ressacados de afeto
Era tão bom
Quando estavas por perto





Há quem diga
Que ainda sentes coisas por mim
Há quem diga
Que ainda há amores assim

Quando estás por cá eu não saio
Fico aqui bem colado
A sede da tua presença
Açambarcou o meu estado

Sou sortuda apesar de tudo
Apenas por saber
Com toda a certeza
Não te posso perder

Deixa-te estar
Que eu viro o desta vez


Só para te ver mais um segundo

Só por um instante
Que se devolve o sentido

Que se constrói um paraíso

Que se relembra um sonho antigo

Viro o mundo outra vez
Pra poder voltar

Mas eu vou tão cedo que a
Saudade se esconde
Demorou, descomplico
Agora que sorriste

Mas eu vou tão cedo que a
Saudade se esconde
Demorou, descomplicou
Agora que sorriste

Track 5 - Não Admira


Melopeia: A retrospectiva é sempre mais bonita do que a perspetiva.

Infernal, miserável ou repugnante, um dia tornam-se sinónimos de glorioso, rico e sedutor. Cai no esquecimento do cérebro humano, o quanto desgostou, para que seja mais apetecível cometer o mesmo erro. Para que se recorde com saudade do que fora, quando na altura seria capaz de vender órgãos para desaparecer do mapa.



Olho pra trás, o mar está calmo
Sei que houve tempestade
Mas a saudade
Tratou de a acalmar

Olho pra trás, que céu tão lindo
Sei que a chuva caiu
E a memória insistiu
Fazê-la esbater



Não admira, que vivamos no passado
Se a saudade torna tudo mais bonito
O tempo passa, mas os anos dourados
Serão sempre os que já foram vividos

Não admira, que vivamos no passado
Se a saudade torna tudo mais bonito
O tempo passa, mas os anos dourados
Serão sempre os que já foram vividos

No meu tempo é que era
Gente pura e de verdade
Por mim fico aqui pelo rеstelo
Que eu já não tеnho vossa idade

Imaginem só meus amigos
Há milhares e milhares de anos
O paraíso que não era o nosso mundo
Quando decidiu abrir portas aos Humanos

Não admira, que vivamos no passado
Se a saudade torna tudo mais bonito
O tempo passa, mas os anos dourados
Serão sempre os que já foram vividos
Não admira, que vivamos no passado
Se a saudade torna tudo mais bonito
O tempo passa, mas os anos dourados
Serão sempre os que já foram vividos

Vivo tão bem no passado
Vivo contigo novinha a meu lado
Vivo tão bem no passado
Vivo contigo novinha a meu lado
Vivo tão bem no passado
Vivo contigo novinha a meu lado
Vivo tão bem no passado
Lembro o bom e esqueço o errado

Vivo tão bem no passado
Vivo contigo novinha a meu lado
Vivo tão bem no passado
Vivo contigo novinha a meu lado
Vivo tão bem no passado
Vivo contigo novinha a meu lado
Vivo tão bem no passado
Era tão bonito o anel de noivado

Track 6 - Todos Os Loucos


Melopeia: Há quedas de paraquedas de vivências que trazem vida às vidas.

Parte da Clara outrora fez parte do Miguel. A Clara: ouve música enquanto anda de bicicleta, tal e qual como fazia ao sair da escola com o Miguel; põe queijo ralado por cima das pizzas congeladas antes de as levar ao forno, porque o Miguel dizia que o queijo presente era mínimo devido à fome do capitalismo; começa todos os seus textos com uma frase curta, para depois prolongar a ideia, exatamente como ela apreciava na escrita dele, que era tão somente dele; cumprimenta todos os animais de estimação com um “Olá, pequenino!”, pois ouviu-o falar assim com um cão e achou a doçura (novamente) na voz dele; usa os atacadores atados em torno dos tornozelos, porque, uma vez ele atou-os assim pela piada. Há peças dele, nela. E aposto que dela, nele. Há puzzles de vida que nunca param de se expandir, e é tão bonito ver o que pertence a quem já pertenceu. Alugueres de maneirismos.




De todos os loucos do mundo
Foste logo escolher a mim
Um poço de insegurança
Com certeza que há alguém que não seja assim

De todos os loucos do mundo
Foste logo escolher a mim
Daqui do cimo do ócio vejo
Tanta gente que não é assim



Não, não conheci o mundo inteiro
Tampouco todos os recantos corriqueiros
Sei que este amor é apenas o terceiro
Mas consigo te dizer

Que da minha agulha
Desconhecia o paradeiro
Encontrei-a no meio do palheiro, assim que te vi
Tão bonita

Tanto, tanto mar
E nem uma ideia por onde começar
Contento-me com a miragem

E na minha costa
Desembarcaste só de passagem
Mera aprendizagem
O teu corpo partiu
E o resto ficou cá

Não, não conheci o mundo inteiro
Tampouco todos os recantos corriqueiros
Sei que este amor é apenas o terceiro
Mas consigo te dizer

Que da minha agulha
Desconhecia o paradeiro
Encontrei-a no meio do palheiro, assim que te vi
Tão bonita


Track 7 - Lembra


Melopeia: A luta pela presença na cama de solteiro. O choque de corpos pelo espaço inexistente. Deixa-me mergulhar de cabeça no teu espaço, compartilhar sono e sonhos. Dizer-te que “vai ficar tudo bem” e que “foi só um pesadelo” quando acordares de rompante. Acalmar-te, apaziguar-te, embalar-te, aconchegar-te. Figurar nos teus pensamentos além sonhos. Assinar termos e condições de amor. Dormir profundamente. Ou nem dormir de todo por não passarem de utopias.





Lembra-te do começo
Vivemos tudo de uma vez
Na certeza que não nos ia restar nada
Depois daquela madrugada
Lembra-te do começo






O tempo baralhava-se
Esticava e comprimia
Era linda essa magia de estar contigo
Parecia um amor antigo
O tempo baralhava-se

Passei a viver a vida a antecipar
Imaginar
O dia em que deixava de sonhar
E abria a porta para poderes entrar

Mas valia sempre a pena
Mas valia sempre a pena
Mas valia sempre a pena
Mas valia sempre a pena

Os dias desfiavam
E os nossos corpos costurados, destinados
Pela forma que encaixavam
Tudo no seu lugar
Os dias desfiavam

E nesse mar quentinho
Não me canso de banhar
Eu sou bom a navegar, quando vejo o fundo
O meu corpo é um barquinho
Nesse mar quentinho

Passei a viver a vida a antecipar
Imaginar
O dia em que deixava de sonhar
E abria a porta para poderes entrar

Valeu sempre a pena
Valeu sempre a pena
Valeu sempre a pena
Valeu sempre a pena

Esperar por nós dois
Inventar caminhos
Desistir, voltar
Fintar o destino

Esperar por nós dois
Inventar caminhos
Desistir, voltar


Track 8 - Assim, Sem Fim


Melopeia: O barco não pode parar no meio do oceano. Eu não sei quando ele parou, mas sei que aqui não pode estar. Acorda o capitão e o seu ajudante, diz-lhes para içar as velas, aproveitar esta rajada de vento, deslocar, não estagnar. Promete-lhes terra, terra cada vez mais próxima, que eles não desistam agora. Relembra-os das famílias que os aguardam na ilha, dos almoços e dos beijos.




Sem ler as letras invisíveis
Aceitei os termos e condições
De um plano de emergência
Para a manutenção dos corações

Uma garantia de estender a ilusão
Amor pré-pago, tempo escasso
A mesma paixão de sempre
Crescente




Uma bela cidade (vai saber a pouco)
Fugindo da realidade (vai saber a pouco)
Na hora de partida
Vai saber a pouco tudo menos
Que uma vida

É claro que todo o amor nos sabe a pouco
Enquanto andarmos a remar no sentido
D’um contra o outro

O vеnto em popa depressa fingiu-se sopro
Foi pouco tempo a pendurar-me no teu dorso

Achas que eu nunca soube como tudo num dia rompe?
Esperança que essa vela folgada ainda vá longe

Tentaste encarcerar-me com palavras
Não há culpa tudo no eixo
Eu quis prender-te com a cola do meu beijo

Poesia ou anzol, âncora ou cais?
Marés que luas regem não nos trouxeram sinais

Enquanto declaro tudo ao nosso amor maravilha:
Só te nego a volta ao mundo
Que eu já não saio desta ilha

Sei que sabes como o barco parou
Mas não sei dos dois: Quem foi um fim?
Assim (sem)

Sei que sabes quando o barco parou
Quem se afundou (logo se vê)
Quem chorou mais? (logo se vê)

Quando (logo se vê)
Combinei com a verdade (logo se vê)
Para ver onde vai o futuro (logo se vê)
Apenas uma direção (Eu e tu eu, eu e tu eu)

Quando (logo se vê)
Combinei com o futuro (logo se vê)
Para ver onde vai a verdade (logo se vê)
Apenas uma direção (Eu e tu eu, eu e tu eu)

Ah, a sorte
Fica comigo até perder o norte
Sigo o instinto que me leva a ti
Fico assim, sem fim

Track 9 - Ficamos Assim


Melopeia: “Amor. Linda palavra. Infinito. Linda palavra. Amor infinito? Miserável. De 400 mil palavras no dicionário, vamos contentar-nos com duas que já foram usadas milhões de vezes juntas?”





Ficamos assim, cada um do seu lado
Vou fingindo que não estou apaixonado
Pode ser
Que acabe por me enganar






Ficamos assim, ao menos estou triste
Escapei da dormência fatal que me persiste
Vejo a beleza na tristeza
Acabo por me consolar

Hey hey hey hey hey, oh
Que bom enganar-me assim
Hey hey hey hey hey, oh
Esfrego os olhos na areia por ti

Cavámos memórias, cada vez mais fundo
Rompemos cidades de diversos mundos
Era escusável tentá-lo esconder
O amor encontrava sempre forma de aparecer

Se nos amamos assim
E a vida se arrasta por aí
E o verso, sai cada vez mais perto
Do escuro da minha cabeça seja o que aconteça
Que vale adiar, ficar, esperar
Eu não te perdi
Ficámos assim, logo depois notámos
Mesmo sem ver e ter ainda nos amamos
E a alma aguentava
O corpo frio a desmembrar

Hey hey hey hey hey, oh
Que bom enganar-me assim
Hey hey hey hey hey, oh
Esfrego os olhos na areia por ti

Cavámos memórias, cada vez mais fundo
Rompemos cidades de diversos mundos
Era escusável tentá-lo esconder
O amor encontrava sempre forma de aparecer

Cavámos remorsos, cada vez mais fundo
De várias cidades do meu submundo
Era escusável tentá-lo esconder
O amor encontrava sempre forma de aparecer

Track 10 - Monte de Nada


Melopeia: “não sobraram fotografias do justino ou do paulinho, por isso escrevi os seus nomes num papel e pu-lo diante de mim como modo de chamar por eles. para que os lembrasse. e li aqueles nomes vezes sem conta à espera de que dentro de mim algo atendesse por eles. aterrorizava-me que se apagasse da minha memória o jeito de cada um, a expressão que tinham quando lhes falava, quando me perguntavam coisas difíceis. benjamin, que acontece se morrermos e não haver ninguém no céu que nos conheça.”




Pega no teu amor
E joga fora
O que é que fica?
Um monte de nada

Pega no amor da tua vida
E joga fora
O que é que fica?
O que é que fica?




Acabou o tempo, tudo desabou
Levaste o céu contigo
Sem sequer me avisar

Afundo na muda solidão
Arrasto os despojos do meu corpo
Que insistem em ficar

Acabou o tempo, tudo desabou
Levaste o céu contigo
Sem sequer me avisar

Afundo na muda solidão
Arrasto os despojos do meu corpo
Que insistem em ficar

Mas fica a sensação
Uma rede debaixo do coração
Quando me fazеs sonhar
Que um dia mais tarde tu vais

Aparecеr no meu portão
De braços abertos e uma canção
Que nos faz relembrar
De quando era tão fácil se
Apaixonar

Pega no teu amor
E joga fora
O que é que fica?
O que é que fica?
O que é que fica?
O que é que fica?

Track 11 - Volta E Meia


Melopeia: Se eu te atirar uma corda, consegues fazer força suficiente para saíres desse buraco de coelho? Se eu te abrir as cortinas, consegues enfrentar a radiação solar e apreciar a dança das folhas das árvores? E se eu te trouxer a tua sobremesa favorita, tiras duas colheres da gaveta?




Então é aqui o fim da história?
Nem me apercebi
Estava tudo tão confuso no guião
Não era o final que eu previ







Prolongo no teu abraço
Espremo a ternura que me vai salvar
Quando cair o pano e eu não souber de ti
E o mundo amanhecer
Fora do lugar

Pensava que seria mais fácil
Ao amadurecer
Pensava que estaria tão longe deste amor
Morrer

Volta e meia tu voltas
Deixas-me assim
Três e meia descolas
Sem regresso e sem vontade de partir

Porque não ficas por cá?
Imagina
Tornamos a alegria a nossa rotina

Volta e meia tu voltas
Deixas-me assim
Três e meia descolas
Sem regresso e sem vontade de partir

Porque não ficas por cá?
Porque não ficas por cá?

Daqui a uns anos voltamos de coração sarado
Prontos para renamorar
Refazemos a história à sombra de um telhado
De uma casa junto ao mar

Tu escreves os teus livros
Eu as minhas canções
Vai valer cada segundo
Quando chegar o fim
Da história mais linda do mundo




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