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Carolina Correia

Poemas dos espinhos do amor - Parte I

“Quando amanhã não voltares”


Senta-te ao meu lado e sorri,

Prometo não te olhar nos olhos...

Olha em frente e pergunta como estou,

Prometo mentir na resposta.

Ri devagar e fica envergonhado,

Prometo ser eu a levar a conversa.

Fala sobre tudo o que não importa,

Prometo fingir o interesse.

Conta-me aquilo que não quero saber,

Prometo não perguntar mais nada.

Brinca como fazíamos dantes,

Prometo não sentir saudades.

Irrita-me como só tu sabes,

Prometo virar furacão por um segundo.

Solta uma gargalhada e sorri,

Prometo acreditar que foi verdadeiro.

Finge que não queríamos ser sinceros,

Prometo não insistir contigo.

Pede desculpa mais uma vez,

Prometo ignorar a minha intuição.

Depois levanta-te, sorri, e desaparece...

Prometo não esperar que voltes.

Mas quando amanhã voltares,

E eu já não me importar;

Quando todos os outros forem,

E eu tiver ficado apesar de tudo...

Talvez nunca mais queira sentir o teu cheiro,

E talvez não mais queira juntar as nossas vozes...

Quando acordares e olhares em volta,

E perceberes que estive sempre lá…

Quando finalmente te olhar nos olhos,

E tu já não quiseres desviar o olhar...

Talvez eu não queira mais que voltes.

Talvez nunca mais vá ter saudades.

“Os espinhos da rosa”


Magoaste-me como a água magoa o fogo...

Devagar desfizeste o que construímos.

Brincaste comigo como se um jogo fosse,

E de um dia para o outro, já não rimos.

Arrancaste a primeira página do livro

Que pouco a pouco íamos escrevendo.

Apagaste uma parte escondida de mim,

Que agora sinto que não mais voltará.

Dizias que as rosas têm espinhos,

E que é bom picarmo-nos.

Mas como poderei eu saber,

Se nunca me deste um ramo?


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