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Sem Direito: Luís Heleno Terrinha

A MCR e a MLB, coordenadoras de entrevistas do Jur.nal apresentam o terceiro episódio do segmento de entrevistas Sem Direito. Desta vez, convidamos o professor Luís Heleno, cujo último nome é efetivamente Terrinha.


MLB: “Luís Heleno Terrinha, nascido e criado junto à praia de Matosinhos, é hoje professor de Direito do Trabalho, já que nunca foi “descoberto” por um agente de talentos cinematográficos. Entre os amigos é tratado por Ken porque o seu sonho era tê-lo protagonizado a personagem no novo filme da Barbie, tendo até feito os castings para o papel. Passou a vida inteira todas as suas férias de verão nas Berlengas, já que é um admirador atento da espécie de pássaros, as cagarras. O seu estilo musical de eleição é heavy metal. Apesar de toda a sua vida ter votado à esquerda, não nega que este ano não conseguirá evitar votar em Sebastião Bugalho. Professor, daqui o que é que podia ser verdade?”

LHT: “(entre risos) Eu acho que podiam ser mais coisas verdade, do que falsas. Bastante mais, até. Acho que uma grande maioria podia ser verdade. Mas o que é que é falso, vamos ao contrário? Praia de Matosinhos… eu até sou de perto, a minha família é de Vila Nova de Gaia, eu nasci no Porto e fiquei sempre a viver em Vila Nova de Gaia, praticamente até aos meus 30 anos. Conheço bem Matosinhos, mas nunca fiz praia em Matosinhos. Aliás, as únicas vezes em que fiz praia no Porto era em pequeno e a minha mãe não me deixava ficar em casa sozinho. E eu aí, tinha que, infelizmente, ir à praia com ela. E sempre detestei, porque a água é geladíssima. A minha lógica de praia é: se for, de facto, para banhar, eu consigo ir à praia. Se for para estar só na areia a apanhar sol… não é uma coisa que me atraía muito. Agora… ser professor de Direito do Trabalho? Eu acho que podia ser professor de várias coisas. Acho que dentro do Direito, eu estou no Público relativamente por vocação, isso acho que sim. Acho que eventualmente tenho um perfil mais publicista do que privado. Mas neste domínio, tive um grande professor de Direito do Trabalho. E acho o domínio do Direito do Trabalho até bastante interessante. Acho que teria até um pouco mais um problema em praticar Direito do Trabalho. Tenho alguns amigos na área e todos aqueles dramas de despedir pessoas, restruturações, acho tudo isso bastante duro e portanto acho que não quereria ser advogado laboral. Mas acho que até poderia ser professor de Direito do Trabalho. Talvez não tanto pelas relações individuais de contrato de trabalho, mas as relações entre sindicatos e patronato é uma coisa interessante economicamente e portanto isso até poderia ser. Acho que a parte mais verdadeira e o que está mais certo no meio disso tudo é a minha carreira alternativa, eu podia ter tido uma carreira artística. Não porque tenha tentado mas sim, como ator, como cantor… eventualmente, eu quis durante muito tempo ser apresentador de televisão. Eu, curiosamente, adorava ter tido um talk show. Não uma coisa assim de entretenimento, mas, e aí, eu abandonava a faculdade, se me oferecessem um talk show na televisão ou qualquer coisa assim de me porem a falar, entrevistar pessoas, ter conversas, eu abandonava e ia. Quanto a ser ator… o filme da Barbie, eu não vi sequer. Acho o Ken um bocadinho irritante. Eu acho que tive Kens em criança, e Barbies, tive os dois. Mas acho que não quereria ser o Ken, acho-o um bocadinho artificial. Acho que a pessoa precisa de alguma imperfeição. Ele no filme não é a masculinidade tóxica? Não sei… eventualmente, não me estou a ver na personagem do Ken.”

MCR: “Mas se fosse ator, que personagem é que gostaria de fazer?”

LHT: “Essas perguntas assim à queima-roupa é difícil. Olhe, eu gostava de ser um Batman. O Batman gosto. Eu ia a um casting. Gosto dos filmes do Christopher Nolan, esses eu sou fã. Mas também podia ser uma coisa tipo Star Wars. Sempre gostei do Darth Vader. Enfim, esse apelo do lado negro da força. E agora, no último fim de semana, vi o Dune, que nunca tinha visto. Gosto bastante desses filmes assim um bocadinho mais épicos, uma história longa, mundos mais complexos. Como, muitas vezes, são histórias baseadas em livros, têm assim um bocadinho mais de densidade. Eu, curiosamente, achei que não ia gostar do Dune e achei bastante bom, por acaso. Só vi o primeiro ainda, e estou ansiosíssimo para ver o segundo, adorei aquilo. Agora, estilo musical, isso sim, estava completamente falso. Heavy metal? Nunca! Gosto de muitos estilos musicais. Normalmente depende muito de fase da minha, altura, maneira como me estou a sentir no momento. Já tive uma fase muito pop. Também não sou aquela pessoa das músicas alternativas. Nunca fui de ir aos festivais. Concertos eu vou. Festivais, nunca fui. Fui há 2 anos a um novo, o Kalorama.”

MLB: “Há dois anos foi ver Artic Monkeys?”

LHT: “Não conheço ninguém… o que resto, foi uma experiência engraçada. E tive uma sensação estranhíssima, que foi ficar maravilhado como há tanta gente a cantar. Porque há os vários palcos e a quantidade de artistas… a dada altura, eu pensei, como é que há tanta gente a fazer isto? Palcos? Uns atrás dos outros. E eu, de facto, fiquei maravilhado com isso. Normalmente, eu vou pouco a concertos porque acho a dinâmica um bocadinho complicada com aquela gente toda nas plateias. A última vez que fui foi para a Dua Lipa. E agora tentaram-me levar para a Taylor Swift e eu enfim… recusei… E quando me disseram que era no Estádio da Luz, eu só disse “enfim, cruzes!”. Achei que seria uma confusão. Normalmente, se for a concertos, tende a ser de música clássica. Uma coisa em que a pessoa fica ali sentada. Também já fui a concertos de música eletrónica, em que estava sentado. E gostei. Achei uma coisa muito interessante. Mas normalmente, ouço muito pop no carro e sozinho. Mas, eu sou uma pessoa, que apesar de tudo, ouço muito pouca música. Eu trabalho em silêncio. Não ponho música em casa, portanto sou o vizinho ideal. A única coisa é que para adormecer ponho uns sons de chuva e uma pessoa assim a falar lentamente, assim para acalmar. Mas a verdade é que, houve uma altura da minha vida, quando andava no secundário em que eu ouvia muita música. Foi a altura em que lançaram os IPods, e aquilo era o último grito. A minha playlist do IPod de há 20 anos deve ser muito interessante… mas no secundário, todos nós ouvíamos muita música. Mas depois, de facto, quando eu entrei para a faculdade passei a estudar em silêncio. E portanto, eu sou uma pessoa que deixei de ouvir música. No secundário, andava a par das bandas todas e das tendências todas e depois, de repente, eu vou a um festival, vou a um Kalorama e não conheço ninguém… na altura um amigo meu disse-me que íamos ver a Jessie Ware e eu achava que era outra pessoa… portanto ouvi Artic Monkeys, não conhecia música nenhuma e o resto das pessoas nem faço ideia nenhuma quem eram. Mas enfim, heavy metal, nunca. Acho que ouço tudo, desde techno a eletrónica, a clássica. Techno sempre ouvi bastante. Só vou para discotecas onde ouço techno, aliás. Não vou a festas de pop, a não ser que seja 90s, que a pessoa vai para a brincadeira.”

MLB: “Professor, mas e quanto ao Sebastião Bugalho? É o seu candidato preferido?”

LHT: “Não é. Não é de todo. Não tenho nada contra o Sebastião Bugalho mas não concordei com a escolha. Continuo sem concordar. Parece-me um rapaz simpático, preparado, profissional, claramente diligente e dedicado à causa. Mas discordo do princípio. Acho que, Portugal, e isso passa-se relativamente ao Sebastião Bugalho e passa-se muitas vezes em relação a outros candidatos, acho que Portugal é um país, e quando se fala em independentes, com pessoas com percursos muitíssimos interessantes, pessoas com doutoramentos fora, mestrados fora, pessoas que já trabalharam em empresas e etc. Acho que há percursos de vida muito interessantes por aí. Eventualmente, enfim, pode ser que estas sejam pessoas que não consigam ser atraídas para a política. Mas muitos deles, se calhar, se lhes oferecessem um cargo ou uma posição como cabeça de lista, muitos deles, em laboratórios aqui e ali, talvez até viessem. Acho que escolher pessoas por causa de uma notoriedade, enfim, de comentário político é um mau princípio. Acho que o problema não tem nada a ver com ser novo. Por mim, até poderia ter 22. Há muita gente com 22 anos que já fez coisas muito mais interessantes do que o Sebastião Bugalho. E portanto, se quiserem convidar uma dessas pessoas que com 22, lançaram NGOs, que fazem trabalho social, pessoas que fazem a diferença na vida de outras pessoas… para mim, o problema não é o Sebastião Bugalho, não é a idade do Sebastião Bugalho. O meu problema é o princípio de escolher alguém com base nesta notoriedade. E portanto não concordo. Enfim, espero que corra bem. Não estou a dizer que é melhor ou pior do que os outros, mas o princípio, para mim, não é um princípio com o que eu concorde.”

Introduzimos, então, o segmento que nos dá a explorar a parte mais cor-de rosa da vida.

MLB: “Queremos saber como era como aluno, mais estudioso/ mais baldas?”

LHT: “Durante a faculdade sempre fui estudioso. Vamos lá ver, eu sou licenciado pela Católica do Porto, fiz o meu Doutoramento na Clássica, depois fiz o meu Mestrado nos Estados Unidos também, o LLM, a seguir. E ensinei tanto na Católica do Porto como aqui. Mas eu tive, vamos dizer assim, dois grandes períodos da minha vida, é o período pré-faculdade e o período em que entrei na faculdade. No período pré-faculdade, eu era o típico aluno que, de facto, estudava mas não era, de todo, marrão e etc. Eu era uma pessoa que sempre tive grande facilidade de memorização. Estava em Humanidades e portanto para mim era, de facto, muito fácil o tipo de estudo. Eu acho que verdadeiramente até ao secundário, o único momento em que estudei a sério, no sentido de estudar, de modo estruturado, de agora vou estudar uma tarde toda e uma noite, foi no período dos exames nacionais. Antes do período dos exames nacionais, eu revia a matéria à semana, umas duas horas, entre as nove e as onze, sobretudo quando havia testes. Tentava estudar um bocadinho aos fins de semana, nunca de manhã, porque achava que uma pessoa levantar-se para estudar era uma coisa tenebrosa. E, portanto, dormia até mais tarde. Depois no secundário, tinha uma grupeta de amigas, que ainda tenho, com quem passei a sair à noite. Às vezes, sexta e sábado. E no fundo conseguia ir os dois dias, se agora eu fizesse isso… No Porto, estamos a falar de uma altura em que eu tinha os meus 15, 16 anos, em que não havia baixa do Porto, havia Zona Industrial e nós corríamos as discotecas todas da Zona Industrial. Era o Via Rápida. Eu conto-lhe. Era o Via Rápida, era o Act. O Act era daquele que foi agora preso, o Manuel Serrão, era o mais trendy, tinha um bar néon vermelho, que era espetacular. E o Act, a par com a Via Rápida, foi talvez o par ao qual eu mais fui. E depois a dada altura abriu o Chique, era um sítio com um conceito um bocadinho diferente, era todo branco. Era um sítio também com uma história tenebrosa, porque depois o dono foi morto à porta. Umas pessoas que apareceram com umas pistolas e ele morreu ali. Mas corríamos todas. Aliás, numa mesma noite a pessoa corria todas. Depois havia umas amigas minhas que iam para uma que havia que era a Latina, para a qual eu evitei sempre ir. Mas era Via Rápida, Act e Chique. Quer o Act, quer o Chique tinham assim uma musiquinha mais comercial, aquele DJ… Assim um house e tal. Normalmente, o Via Rápida podia baixar assim um house mais tipo eletrónica, eventualmente um techno a partir das 5/6 da manhã. Mas o Via Rápida era uma coisa até sofisticada, a pessoa estava ali à espera para entrar, era selecionado pelo porteiro. E de facto era o que acontecia com essas minhas amigas no secundário quando chegávamos à sexta-feira, eu ainda hoje tenho essas amigas e vamos sair também. Mas o que acontecia e que eu sempre adorei é que íamos até de manhã, sempre gostei de depois tomar o pequeno almoço com elas. Houve uma altura até em que, eu ainda não tinha carro e o meu pai fazia o favor de me ir buscar às 7/7h30 quando não era para tomar o pequeno almoço. O meu pai chegou até a apanharmo-nos a todos e a irmos tomar o pequeno-almoço todos juntos, porque morávamos todos na mesma zona. Mas eu adorava sair da discoteca e ser de dia. Hoje em dia, não, porque fico logo desregulado para o resto do dia, mas na altura eu achava uma maravilha. E então chegava a casa às 8h30, se ainda não tivesse tomado o pequeno-almoço, a minha mãe fazia-me companhia para o pequeno almoço e depois eu dormia até à 1 ou às 2 e sábado estávamos lá outra vez. Fizemos isso durante vários fins de semana, era o que acontecia no Porto. Portanto, no secundário, eu estudava, tirava boas notas, tinha sempre uma média de 19 ou 19.5 mas foi sempre mais fácil, porque eu tinha uma memória boa, não tinha nada a ver com genialidade, enfim, eu tinha uma memória boa, concentrava-me, sempre tive facilidade para as línguas, para a história memorizava. Agora, quando entrei na faculdade… acho que a última vez que fui ao Via Rápida foi precisamente na semana antes de começar a faculdade. E quando começou a faculdade, eu de facto dediquei-me de alma e coração àquilo. E portanto eu levantava-me para ir às aulas e a seguir ia almoçar a casa e passava o resto do dia a estudar, todos os dias. Normalmente saía à noite, sexta-feira. Mas depois aí começou a surgir a Baixa. Esta coisa da discoteca e de ficar lá até às 8 da manhã… hoje em dia, as pessoas vão mais tomar um copo ou saem no Bairro até 2/3 da manhã. E eu passei a fazer isso com os meus amigos mas nada que me desregulasse. E continuava ao fim de semana a estudar. E isso fui eu durante 4 anos. Portanto não facilitei em nada.”

MLB: “E quando veio para Lisboa?”

LHT: “Eu venho para Lisboa, em dois períodos da minha vida. Eu sempre vim muito a Lisboa, porque tenho cá família. Tenho uma tia e vinha-a visitar e tal, e ela gosta muito de mim. Então, de vez em quando, os meus pais mandavam-me e eu vinha para cá. A primeira vez que me mudo para Lisboa foi quando acabei o Doutoramento. Eu tinha programado começar o estágio de advocacia na URIA. Vim para Lisboa, arranjei uma casa e mal comecei o estágio, não conhecia ninguém. Tinha cá uns amigos que já estavam em sociedades de advogados mas eu vim sozinho. E aquilo com o estágio para mim correu muito mal. E não teve nada a ver com a faculdade, mas eu tinha estado 4 anos só a estudar e a escrever o Doutoramento e quando cheguei ao escritório, de um dia para o outro, passei do que tinha sido uma vida de 4 anos de manha à noite com uma rotina militar. E por exemplo, agora sou incapaz de fazer isso, mas na altura conseguia ficar 4 dias fechado em casa. Vivia com os meus pais, não era sozinho mas conseguia ficar 4 dias fechado, a ler e a escrever quando tinha que escrever. Hoje em dia não consigo fazer isso. E olhando para trás, não sei sequer como é que conseguia. Até acho uma coisa pouco saudável mas enfim, tinha a idade que tinha. Hoje em dia, não fico em 1 dia, já tenho de estar muito cansado para estar 1 dia fechado em casa. Mas o que aconteceu foi uma transição muito abrupta, eu passei daquela minha rotina, para uma atividade de escritório e não me adaptei nada bem e despedi-me passado 1 mês e meio. A dada altura, quer dizer, levantava-me de manhã já muito afetado e eu achei que ou ia acabar num psiquiatra a tomar medicamentos ou me ia embora. E na altura a decisão foi por me ir embora. Mas não tinha nada a ver com o escritório, era bom, e as pessoas eram boas mas aquela transição… eu devia ter feito um gap year, não fiz e digamos que psicologicamente lidei muito mal com aquilo. E ao final de 1 mês e meio fui-me embora da firma. Na altura, curiosamente, uma das coisas que me custou mais foi abandonar Lisboa e o apartamento. Estava a viver sozinho, a fazer a minha rotina e, de facto, voltar ao porto naquela altura significava voltar a casa dos meus pais e isso na altura custou-me. Eu depois, passado uns meses no Porto, comecei a trabalhar na Católica do Porto, comecei a lecionar e arranjei casa para mim.”

MCR: “ O que é que dava na Católica?”

LHT: “Também dei Público. Sempre foi Constitucional, Administrativo, União Europeia e depois também uma cadeira de Investigação Jurídica. Mas esse período também foi, apesar de tudo, um bom período, em que eu tinha a minha casa, os meus jantares com amigos, também saíamos à noite. Eu na altura saía bastante, eu tinha os meus 25/26 anos. Ainda fiz pequenos almoços em minha casa, depois das nossas saídas e portanto ainda me lembro de um pequeno-almoço épico em que às 8 da manhã, fomos, para aí, 7 ou 8 para minha casa, enfim, todos quase a morrer, fazer torradas, depois de uma noite divertida. E depois, a dada altura, eu já estava a ficar cansado da minha rotina no Porto, da minha rotina na faculdade de lá, estava a ficar, enfim, digamos desidentificado com várias coisas e achei que era altura de ir para outra, que foi quando fui para os Estados Unidos. Estados Unidos, andei por fora... E depois, enfim, quando volto a Lisboa foi por causa da Nova, já em período de pandemia. Eu ganhei um concurso. Eu na altura estava no Porto já, pós-pandemia, candidatei-me a um concurso, eu ganhei o concurso, ainda fiz uma coisa que já me tinha comprometido a fazer e depois vim para Lisboa e aí sim foi a minha mudança definitiva. Estou cá desde essa altura, que é fevereiro/março de 2021. Eu estou em Lisboa definitivamente há 3 anos. E também não foi uma mudança sem as suas peculiaridades. Eu tinha andado muito tempo a mudar, a saltitar. Era a primeira vez, em 4 anos, que eu vinha para um sítio, com uma ideia de que seria quase para sempre. Apesar de tudo era uma cidade nova. Eu tenho cá amigos, mas quer dizer, os meus amigos têm a vida deles e eu passava a ter a minha. Depois, eu tinha estado em climas mais frios e isto aqui é muito quente. Mesmo o Porto é mais frio. E, portanto, eu também nunca gostei muito de calor. Depois era COVID. E tive uma fase de adaptação em que até, quase, o reflexo do sol na calçada me encadeava. E tive assim uma fase de adaptação estranha. E quando estávamos a falar da atividade noturna, não havia vida noturna quando eu vim para Lisboa, não havia sequer restaurantes.”

MCR: “Onde é que o professor vai sair em Lisboa?”

LHT: “Em Lisboa, só vou para um sítio. Descobri agora que isto é famoso, porque no Martelo ao me imitarem falou-se nisso. Mas eu de facto só vou a um sítio sair à noite, por causa de uns amigos. E só vou para o LUX. E já cheguei a ir para o LUX 3 vezes na mesma semana. Sobretudo fico na zona de baixo ou no terraço, mas circulo um bocadinho, enfim, com os meus amigos e tal. Por acaso já não vou há um tempo. Mas tive ali uma fase, no pós pandemia, em que mesmo quando exigiam os testes, eu cheguei a ir à mesma farmácia, 3 vezes na semana A Sra. da farmácia já me conhecia. Mas de facto só saio para o LUX. Só saio onde há música eletrónica. Posso fazer Bairro Alto e tal, mas eu confesso que até não acho muita piada àquela dinâmica de estar ali em pé a andar e portanto aqui em Lisboa eu diria que é a única discoteca que eu conheço. Esses meus amigos também são, enfim, uns assíduos do LUX e eu, então, vou.”

MCR: “Quando era pequeno o que é que queria ser?”

LHT: “Eu nunca quis seguir Direito. Quando era pequeno, eu sempre quis ser piloto de aviões, queria ser comandante. Em termos de sonhos, ou era comandante ou era o apresentador de talk show. Mas, o meu pai trabalha na área das viagens e eu sempre viajei desde muito cedo e portanto sempre andei de avião desde muito cedo e portanto tenho e continuo a ter, na verdade, um grande fascínio, pelo mundo da aviação e pelos aviões. Aliás, eu sempre fui de jogar Playstation, tive-as todas, cheguei a ter as três. Na altura consegui convencer o meu pai a dar-me as 3, uma de cada vez. E era aquele tipo de criança que estava horas à frente da televisão, sobretudo dois tipos de jogos: adorava aqueles de disparar, cheguei a comprar uma pistola, adorava, eu tinha uma pistola enorme (e se calhar é melhor essa parte não pôr na entrevista); depois, a dada altura passei para os carros, adorava carros e sou, aliás, uma pessoa que gosta de conduzir e então comprei (compraram-me) um volante e uns pedais e uma das coisas que tinha era a possibilidade de jogar em modo endurance, a pessoa tinha de fazer 80 laps na pista e isso era 80 laps vezes 5 ou 10 minutos que cada uma demorava e então isso implicava estar ali 3 horas com o carro e eu fazia isso, estava ali horas e horas. Lembro-me da minha mãe reclamar imenso com isso e dizer que aquilo que me ia fazer mal aos olhos, que é aquela coisa que as mães dizem. E depois, o segundo jogo que eu tive, para o qual também comprei os acessórios era o flight simulador. Eu punha o avião 8 horas a fazer Lisboa, Nova Iorque, era em tempo real, eu colocava aquilo em automático, ia fazer qualquer coisa e depois passadas as 8 horas, eu voltava para aterrar. E lá ia eu aterrar. Sei tudo dos aviões, sei a velocidade a que aquilo descola, sei os modelos todos. Por isso é que se repararem eu olho sempre que passa um aqui. Sei exatamente todas as variantes dos modelos e consigo identificar os barulhos que aquilo está a fazer, portanto sei essas coisas todas. E portanto sempre quis ser piloto de aviões, só que depois deu-se o caso de eu, no 9ºano, ter de fazer reconhecer que ia ser muito difícil eu ser engenheiro. Eu não tinha nenhuma apetência especial para a matemática. Também não era um daqueles casos… não era mau. Eu acho que até, ainda que não seja uma pessoa especialmente dotada para a matemática, tenho um bom raciocínio lógico, equações, física, fórmulas, calcular isso dava-me bem, mas não tinha assim uma paixão pela matemática. Mas pior que a matemática, e aí sim eu era verdadeiramente mau, era a coisa dos desenhos e da geometria. Eu a matemática não era excelente, mas nunca foi penoso, agora, no caso da EVT, e geometria, não era só a questão de eu ser mau, é que aquilo era um verdadeiro sofrimento para mim. A coisa do esquadro e não sei quê… A questão de fazer os desenhos… Eu sempre me dei bem com as pessoas das minhas turmas e então nas aulas de EVT arranjava sempre 2/3 amigos que eram melhores do que eu e que sem o professor ver iam lá à minha carteira tratar do compasso.”

MLB: “Mas não tinha perceção espacial?”

LHT: “Não tinha e continuo sem ter (entre risos). Aliás, os meus alunos conhecem os meus bonecos. A minha noção de espaço é essa. É unidimensional. Portanto, ainda hoje, se eu quiser fazer uma casa… um ponto de fuga… Nunca percebi sequer o que é que isso é. E portanto, quando comecei a ver o que é que eu tinha de fazer no secundário para vir a ser piloto, era matemática, era geometria descritiva e eu disse, bom, isso vai dar mau resultado. E a resolução na altura, e Portugal tem sempre esse problema que é das nossas dificuldades económicas e da pessoa ter sempre esta necessidade de seguir uma certa via profissional, que é uma coisa que não passa pela cabeça de um alemão, de um francês ou de um britânico, mas nós temos sempre isso, foi escolher algo em que eu pudesse ser bom e ser quase acima da média. Se eu fosse para as engenharias eu não iria ser bom, também não sei se ia ser péssimo, mas ia ser mediano e na altura a opção eu acho que foi humanidades e escolher aqui qualquer coisa em que eu acho que vou ser um bocadinho melhor do que os outros, em que vou ser melhor do que a média. E depois veio o Direito e eu já tinha pessoas no Direito. Mas ainda assim, até à última, na minha candidatura ao ensino superior, ainda ficou na terceira e quarta opção, Filosofia e Jornalismo. Jornalismo, por causa da televisão e do talk show. E no caso da Filosofia, não sei bem porquê mas eu gostava muito de Filosofia, depois, eu até ao 9ºano nunca fui um leitor ávido, aliás nunca fui um leitor em geral, para ser sincero, tive sempre pessoas nas turmas que liam muito mais do que eu, mas tive ali um momento de mudança no 11ºano, acho que muito por influência de um professor de Português que eu tive, que era muito bom e que me fez ver a leitura, o livro e a palavra escrita de outra maneira. E depois tive um livro no verão do 11º, que era leitura para o 12º, que me marcou muito, que era A Aparição do Virgílio Ferreira. E que é um livro daquela lógica do existencialismo e na altura, a minha avó materna estava muito mal de saúde e acabou por falecer na mesma altura e o livro, aquelas questões da finitude da existência e do que é que a pessoa é no mundo, as nossas limitações em geral, tudo aquilo veio numa altura mais difícil do ponto de vista emocional, tocou-me mais e foi um livro que eu li já com muita atenção, depois de ter tido também esse professor. E eu a partir desse momento comecei a ler muito mais e no final do 12ºano tinha essa coisa da filosofia e do pensar, dessas questões do bem, do justo e portanto a filosofia apareceu lá. Mas acabou por ser o Direito pela tal versatilidade, pela capacidade de ter uma carreira profissional. E eu também não queria ser professor de secundário e isso a filosofia punha-me numa situação mais complicada. Mas quanto ao Direito, eu nunca fui daquelas pessoas que chegam a uma altura ainda muito jovem e já querem ser advogados, porque querem defender causas. Na verdade, não me passava pela cabeça. Nunca. E muito menos ser professor. Também estar a ensinar nunca.”

MLB: “Qual é o seu destino de viagem de sonho?”

LHT: “Eu sou uma pessoa privilegiada. Eu já fui a muito lado e já vi muita coisa. Tenho um destino, que quero muito fazer e que tenho muita expectativa, para o qual ainda não fui que é o Japão. Eu não sou aquela pessoa de ir fazer uma coisa estilo Vietname.”

MLB: “Não tem personalidade de andar de mochila às costas e chinelo?”

LHT: “Não. Conheço imensa gente mas eu não vou fazer um Vietname. Não vou fazer uma Colômbia. Eu isso não vou fazer. Mas já viajei muito sozinho. Viajo muito sozinho e gosto. As pessoas, às vezes, acham um bocadinho estranho mas eu gosto muito. E tenho feito até, sobretudo em Agosto. Em Fevereiro tiro uma semana para fazer sozinho, numa espécie de retiro, para um sítio onde não me incomodem. Já fui para o México, que acho que foram as férias em que passei mais tempo de olhos fechados. Tinha um calendário diário de meditação e portanto era tudo de olhos fechados, no meio da selva. E vim, lindamente, dormia melhor, dormi lindamente lá. Depois fazíamos rituais, fiz um ritual que nem sei bem o que foi, mas fomos fazer oferendas para o mar e às deusas e a tudo. Fiz a minha entrega também lá ao fogo, numa fogueira. E depois também tive um ritual dos chás, estávamos todos a tomar um chá no meio da selva. Aquilo soube-me pela vida.”

MLB: “Alinhou os chakras?”

LHT: “Alinhei os chakras. E voltaria. Só não fui este ano, porque achei que ir dois anos seguidos seria demasiado. Mas viajo bastante sozinho, acho que já vi sítios muito bonitos. Tenho essa coisa com o Japão. Tenho assim 2/3 coisas que gostava de fazer e que ainda não fiz. Japão, assim uma coisa de 15 dias, em que desse para andar de comboio, eu gosto assim de uma coisa em que dê para fazer várias paragens. Normalmente, tento marcar férias mais longas em que possa andar, gosto de andar, trocar de sítio. Uma viagem também que eu adorava fazer é a travessia de cruzeiro de Londres para Nova Iorque, aquela coisa do Titanic. No fundo, é uma companhia de cruzeiros britânica que faz essas travessias. Eu gostava de fazer isso, só por essa questão histórica. E tenho uma terceira viagem, que também mete barcos curiosamente, que é, gostava de fazer uma expedição tipo ártico. É bastante caro. Já fui ver… mas é aquela coisa do gelo, eu adorava fazer. Das 3, a expedição mais de sonho é esta. Para o ártico, os pinguins, uma coisa assim desse género.

 

 

A MCR introduz o segmento onde pede ao professor LHT que defenda com alguma fundamentação, mediante um frente a frente entre dois docentes, qual dos dois ganharia o prémio Lex Hérman José.  

 

professor Jorge Bacelar Gouveia vs professor Filipe Brito Bastos 

 

LHT: “Eu acho que a resposta diplomática é o professor FBB.”

MLB: “Mas esta resposta é puramente diplomática?”

LHT: “Não, eu vou dizer o professor FBB, porque, e vamos dizer assim, tenho notado que o professor JBG tem estado muito sério aqui na faculdade e portanto não tenho experimentado o humor do professor JBG com a frequência que tenho experimentado o humor do professor FBB. E o professor FBB, verdade seja dita, tem também um humor muito subtil, às vezes até um humor britânico e acho que ficaria muito bem entregue.”

 

professor Vítor Neves vs professor Miguel Moura

 

LHT: “O professor MAM! Depois do que ele fez na Gala… O tirar o puxinho do cabelo…”

 

MLB: “E não o viu a dançar, a ir ao chão…”

 

LHT: “Ele ficou?! É que eu fui-me embora e achei que ele tinha ido também. Mas ele ficou! Mas eu achei que a do puxinho foi imbatível e portanto o professor VPN não tinha hipóteses.”

 

 

A MLB introduz o segmento onde pede ao professor LHT que atribua a docentes os seguintes prémios:

 

Lex D. Sebastião

 

LHT: “Vamos dar o Lex D. Sebastião ao professor Bacelar… mas eu não sei se essa figura messiânica não é uma coisa ajustada.”

 

Lex Barney Stinson

 

LHT: “Eu acho que me autonomeava… não estou a ver ninguém que se vista melhor do que eu. Esse ganho eu.”

 

Lex Art Attack

 

LHT: “Eu aí diria o professor Luís Duarte D’Almeida, porque toca piano lindamente. Que era uma coisa até que eu adoraria fazer, portanto tenho uma admiração enorme por quem toca. E já uma vez ele aqui, numa festa de final de ano, de docentes, tocou e eu fiquei maravilhado. E portanto do que conheço, eu diria, sem dúvida, o professor Luís Duarte D’Almeida.”

 

Lex Nova Juris Spiritus

 

LHT: “Eu diria o professor Jorge Morais Carvalho. Acho que o professor Miguel Moura também. Aliás, acho que há várias pessoas, e isso é muito positivo, que têm esse espírito muito vincado no corpo docente. Mas se eu tivesse que dizer uma pessoa que, digamos, consegue ser emblemática nesse espírito de vestir a camisola, de estar com a camisola e que eu acho inspirador e que eu acho um exemplo desse ponto de vista, eu diria o professor Jorge Morais Carvalho, sem dúvida.”

 

Lex Papa Nites

 

LHT: “Ahn… quem é que fuma muito? Das pessoas que eu sei que fumam, a professora Mariana França Gouveia fuma, mas não fuma muito, acho que é um fumar social.”

 

Lex Dynamic Duo

 

LHT: “Quem é que anda sempre…? Eu aí tenho uma dupla. Eu agora nomeava o professor Filipe Pathé Duarte e a professora Laura Íñigo, que eu vejo-os sempre juntos agora. Estão a lançar o lab e eu agora vejo-os tantas vezes juntos que acho que são um super dynamic duo.”

 

 

A MCR introduz o último segmento da entrevista onde pede ao professor LHT quick-fire answers.

 

Quantos livros já leu este ano?

 

LHT: “Ora bem, eu tenho um problema. A resposta imediata é que, eu já devia ter lido mais do que o que li. Eu tenho um problema que acho que podia ser positivo mas na verdade é mais para o negativo e tem a ver com esta profissão. Qualquer um de nós já teve de ler muito. E portanto, a dada altura, a professora deixa de ler por prazer. Lê por hábito, lê de qualquer forma. E é engraçado, que eu leio e se me perguntaram o que é que eu li eu já não sei. Por acaso esta semana eu acabei de ler 2 livros, que já estava a ler há algum tempo.”

 

MLB: “E estava a ler os dois em simultâneo?”

 

LHT: “Eu leio vários em simultâneo, sim. Entre o técnico e o não técnico. Normalmente, romances, no máximo dois em simultâneo. Mas sei lá, se for à minha mesinha de cabeceira, acho que tenho 4/5 empilhados de cada lado. Ás vezes há uns que ficam a meio.”

 

MCR: “O professor é aquela pessoa que vai comprar vários livros que depois é capaz de não ler?”

 

LHT: “Sou. E tenho uma coisa pior que é comprar o mesmo livro várias vezes.”

 

MLB: “Por não se lembrar que já o comprou?!”

 

LHT: “Eu vou contar esta história… eu tive um professor de licenciatura, que aliás tinha muita piada, que uma vez disse que aquele livro devia ser muito bom, porque nunca o tinha lido mas já o tida encomendado por 3 vezes. E eu achava que isso nunca me ia acontecer. O que me aconteceu, no outro dia foi que estava em casa e olho para um livro na estante e outro que estava em cima da mesa e percebi que são muito parecidos. E cheguei à conclusão de que já me tinha acontecido mais vezes. E não li realmente. O que acontece é que a pessoa lê a descrição na Amazon e acha um máximo, fica entusiasmada, o livro vem, a pessoa não lê, mas quando volta a ler a descrição na Amazon, volta a achar um máximo e a pensar: eu quero isto. Eu acho que… devo ter lido, não querendo exagerar, uns 8 a 10 livros.”

 

Maior Fobia

 

LHT: “Uma grande fobia tende a ser insetos, tenho um horror a insetos. E…”

 

MCR: “Centopeias?”

 

LHT: “Não, porque calco. Provavelmente é melhor não escrever isso, que depois os animais… mas a coisa dos insetos é porque tudo o que voe mete-me uma impressão terrível. Aliás, eu sou aquela pessoa que, em casa, chegando o verão, tenho as tomadas todas literalmente com 8 coisinhas do raid.”

 

MLB: “Prefere morrer intoxicado do que ter de lidar com insetos?”

 

LHT: “Prefiro morrer a ter que lidar com os insetos. Portanto, ponho as tomadas literalmente todas e mais, viajo com elas.”

 

MLB: “E também anda com o raid em spray na mão ou não?”

 

LHT: “Não. E mesmo a natureza… eu já fiz, sei lá, no máximo, um hotelzinho no meio do campo. Mas sempre com algum ceticismo. Eu sofro imenso em Lisboa, aqui com este calor. Uns dias de calor aguento, 3 meses não. Agora, infelizmente não consigo sair. Mas quando não estava a fazer advocacia com tanta regularidade cheguei a ponderar sair no verão de Lisboa. As aulas acabam e eu penso: qualquer dia arranjo um Airbnb em Estocolmo e vou para lá… chegou-me a ocorrer… o problema não é o calor em si, é o calor em excesso, é a pessoa suar e ficar muito mais molengona. Custa-me porque já estive noutros sítios em que as temperaturas eram muito mais amenas. 1 mês de Agosto muito quente a pessoa aguenta, agora a pessoa chega a Setembro e precisa de frio para, no fundo, despertar. Isso incomoda-me profundamente. As pessoas aqui de Lisboa falam da luz de Lisboa e eu detesto. Acho esta luz até um exagero. Tenho de andar sempre com óculos de sol. Depois puseram a calçada toda amarela, que ainda reflete mais, acho que não lembra ao diabo…”

 

MCR: “Mas e o professor já ponderou ir passar o verão ao Porto?

 

LHT: “Não. Vamos lá ver, eu não sou uma pessoa muito amovível. Eu estive nos Estados Unidos e vim só para o Natal. Eu sou aquela pessoa que se alguém morrer, eu não venho para o funeral.”

 

Restaurante de eleição em Lisboa

 

LHT: “Há um sítio ao qual vou repetidamente, acho até que eu devia ser acionista. Eu vou muito ao je ne sais quoi. E vou muito ao sábado e domingo, sento-me ao balcão, que não tenho de marcar. Estou ao meu ritmo, estou ao balcão, quando a pessoa está sozinha tem de observar alguma coisa, gosto de ver a dinâmica dos empregados. Mas ao fim de semana, se me quiserem encontrar em Lisboa, a probabilidade é de eu estar num je ne sais quoi. E aí é sempre essa combinação de, come-se lindamente e espaço.”

 

Pedido do McDonalds

 

LHT: “Adoro o McChicken. Sou louco por isso.”

 

Figura pública que mais o irrita

 

LHT: “Irritam-me quase todos. Quem é que eu não aguento? Não aguento muita gente. Mas por exemplo, não aguento o Bruno Nogueira. Eu até gostava dele quando ele apareceu, era assim um miúdo franzino. Agora aquilo que ele faz não consigo achar piada. Mas há mais gente que eu não aguente. Ás vezes eu até ligo à minha mãe só para dizer “Ah está este agora na televisão! Já desliguei!” Tenho imensas irritações. Partidos políticos, pessoas… eu até diria que são todos. Olhe, durante muito tempo irritou-me o Claúdio (Ramos) mas agora até gosto dele, porque acho que o Claúdio teve ali uma vida difícil na televisão, durante algum tempo trataram-no mal. Os comentadores políticos… há muitos desses que me irritam. Mas vou-lhe dizer um que eu não aguento: irrita-me o Marcelo Rebelo de Sousa. Mas 30 vezes mais que o Bruno Nogueira.”

 

MCR: “Quanto ao Marcelo, acha que já deu o que tinha a dar?”

 

LHT: “Acho que sim. Obrigada, venha o próximo!”

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