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António Subtil

Sonhos de Menino II

Hoje sonhei que matei o meu pai. Ele era um velho rico enrugado e pomposo, e não usava óculos. Havia um jardim na nossa mansão, um pequeno lago rodeado de árvores altas e mesas com cadeiras, com uma cerca à volta. Andavam pavões pelo jardim. Eu matei um dos pavões e cozinhei-o. Isso irritou muito o meu pai, que estava sentado numa das cadeiras e de seguida, uma de duas coisas aconteceu, talvez as duas, não me lembro. Atirei o pavão pela cerca, excepto a perna cozinhada, que atirei à cabeça do meu pai, incapacitado-o ou matando-o. E, se ele não morreu, envenenei-o com vinho. A ***** estava numa das outras mesas virada de costas e não viu o homicídio. Mas ela veio com um amigo dela (não sei quem, talvez um drogado) dar-me uma lição de vida sobre não sei o quê, talvez sobre os meus problemas com relações sociais.

Infelizmente acordei a meio da lição, mas voltei a adormecer.

Depois sonhei que Veneza tornara se uma zona de guerra, dividida entre três fações: alienígenas, o governo americano, e as jurisputas. Eu pertencia, claro, à fação das jurisputas. O sonho foi curto, mas lembro-me de uma catedral se tornar o novo palco de combate, mas eu só fugia e esquivava-me dos inimigos, porque eu não acredito na violência.



Hoje sonhei que estava a jogar algo, mas aborreci-me e procurei uma versão alternativa do jogo. O primeiro red flag é que a comunidade à volta desse jogo era um bando de weebs, e sei disso porque nos fóruns em que eles falavam tinham todos profile pics de anime

O jogo consistia em mim estar numa sala no PC, enquanto que, por detrás de mim, estava a minha mãe. Exceto, não era realmente a minha mãe. Era uma mulher desumanamente alta, pálida e magra. Os olhos dela estavam vazios e olhavam sempre a direito. Com o tempo, o cenário ia mudando. Os olhos dela iam ficando mais vazios. Iam aparecendo bebés. Os bebés iam se multiplicando, misturando-se numa massa. Eles possuíam a mãe e aí os olhos dela ficavam ainda mais brancos. Mostrava dentes afiados. E depois nada. Só eu a continuar no PC, e ela atrás de mim, mas nada aconteceu.

Acordei. Suponho que o objetivo fosse prevenir de alguma forma que ela me matasse.



Hoje sonhei que estava a ver vídeos da minha mãe comigo em bebé todos fofos e alegres. Mas apercebi-me que o vídeo estava no youtube e isso não fazia sentido, logo, questionei a minha mãe. Ela também não fazia ideia. Aí o mundo virou jogo em pixel de terror, um labirinto escuro, e a minha mãe a personagem jogável. Acabámos por descobrir que foi um stalker que apanhou os vídeos e os colocou online. Ele descobriu a minha mãe e perseguiu-a até ao meio do labirinto. Apesar do desfoque, porque são gráficos de pixels né, lembro-me da cabeça dele ser desumana e metálica de alguma forma, talvez em forma de holofote. Houve uma pausa no meio do labirinto. Silêncio. E depois, ele aparece e mata a minha mãe.

Depois, sonhei que escrevia este sonho para o grupo das bichas, ao qual a ***** e eu comentamos que, no último sonho, eu matei o meu pai, e está a haver um padrão com mortes parentais nos meus sonhos. O sonho termina connosco a comentar que Freud teria muito a dizer sobre os meus sonhos.



Hoje sonhei que estava em Torres tinha uma grande bolha de carne à volta do meu umbigo. Perguntei à minha mãe se fazia mal rebentá-la, ela disse que não. Então, puxei e tentei rebentá-la, mas acabei por puxar a minha carne em vez disso. Um pedaço de pele da minha barriga ficou meio solta, e se o puxasse, conseguia ver as minhas costelas e carne vermelha interna. Acho que desmaiei por um bocado. Quando acordei estava à mesa de jantar inclinado numa cadeira. Falei à minha mãe sobre o problema, pedi-lhe que me ajudasse. Acho que ela me deu um comprimido só, mas não era o suficiente. Disse-lhe várias vezes para me levar ao hospital, mas ela nunca o fez. Para sarar a ferida, tive de ficar ali sentado, imóvel, até aquilo sarar por si mesmo.

No tempo em que estive inconsciente, a minha família encontrou as coisas que escrevi no meu PC. A minha mãe olhou para mim muito preocupada, e perguntou-me sobre um documento que se chamava "Carta de suicidio". Era uma folha em branco. Eu limitei-me a responder "É um projeto artístico para o qual ainda não tive inspiração".

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